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Director-geral da OMS pede que não se politize luta contra coronavírus

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O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu esta segunda-feira à comunidade internacional que não politize a luta contra o coronavírus, um “inimigo comum a toda a humanidade” que só se vence com união.

O responsável disse que alguns tentam politizar a reunião que começa na terça-feira na sede da OMS em Genebra, com especialistas do mundo inteiro, para acelerar o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos e vacinas contra a doença.

Essa politização deve ser evitada, porque os cientistas “devem centrar-se na ciência”, advertiu.

Ghebreyesus não deu exemplos da suposta politização, embora alguns políticos em países como os Estados Unidos tenham criticado a gestão que a China fez da crise de saúde, enquanto Taiwan disse que o Governo de Pequim impede o território de assistir ao tipo de encontros como o de Genebra para aumentar o seu isolamento.

“Politizar a reunião não nos vai ajudar, devemos focar-nos num inimigo comum contra a humanidade”, destacou, advertindo que os recentes casos de pacientes contagiados em França e no Reino Unido e que não estiveram na China são um grande motivo de preocupação.

“A mensagem para o mundo inteiro é que há um inimigo que só podemos vencer se o fizermos em uníssono e unidos” disse Ghebreyesus numa conferência de imprensa, que a OMS organiza diariamente para analisar a evolução da luta contra o vírus.

O director-geral confirmou que uma equipa de especialistas do organismo, liderada pelo médico canadiano Bruce Aylward, chegou hoje a Pequim para se juntar aos colegas chineses no estudo de possíveis medidas a tomar contra a epidemia.

A equipa iniciará os preparativos para receber mais especialistas nos próximos dias, até um total de 10 a 15, disse o responsável, explicando que os especialistas têm liberdade total para decidir que lugares visitar e como planear as estratégias.

Na mesma conferência de imprensa a responsável da área das urgências infecciosas da OMS, Sylvie Briand, disse que cerca de 80% dos casos são moderados, 15% graves e entre 3% e 5% são de máxima gravidade e requerem cuidados intensivos.

As autoridades chinesas elevaram hoje para 908 mortos e mais 40 mil infectados o balanço do surto de pneumonia na China continental causado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

No domingo, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, foram registadas no território continental chinês 97 mortes e detectados 3.000 novos casos de infecção.

O número total de mortes ascende a 910, contabilizando as duas registadas fora da China continental, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.