Curdos sírios admitem que vão retirar da fronteira
Um responsável dos curdos sírios disse hoje que as suas forças vão retirar da zona fronteiriça no âmbito do acordo anunciado pelos EUA e após a Turquia permitir a saída dos combatentes e civis que ainda permanecem numa cidade cercada da região.
Redur Khalil, um alto responsável das Forças Democráticas Sírias (FDS), assegurou hoje, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP) que o plano de evacuação da cidade de Ras al-Ayn está previsto para domingo, caso não se verifiquem obstáculos.
O dirigente das DFS precisou que só após a retirada da população de Ras al-Ayn será efetuado o recuo das suas forças para uma área de 120 quilómetros entre as cidades de Ras al-Ayn e Tal-Aybad. Os combatentes curdos sírios ficarão estacionados a cerca de 30 quilómetros a sul da fronteira comum sírio-turca.
Foi a primeira vez que as forças curdas da Síria reconheceram publicamente que vão retirar da fronteira, referindo que a operação está a ser coordenada com os norte-americanos. O acordo não especificava a área para onde seria concretizada esta retirada.
Os anteriores acordos entre os Estados Unidos e a Turquia sobre uma “zona de segurança” ao longo da fronteira curdo-síria fracassaram devido a divergências sobre a definição da área.
Khalil revelou que hoje já ocorreu uma retirada parcial de Ras al-Ayn após diversos atrasos, e em coordenação com os EUA.
Em paralelo, um responsável oficial norte-americano também citado pela AP disse que os EUA prosseguem a retirada das suas tropas da Síria.
O responsável, que falou sob anonimato, disse que mais de 100 militares foram retirados recentemente do país do Médio Oriente. Cerca de 1.000 tropas norte-americanas estavam posicionadas no nordeste sírio ao longo da fronteira com a Turquia, mas o Presidente Donald Trump anunciou em 07 de outubro a retirada das equipas militares norte-americanas dessa região, fornecendo na prática luz verde ao início da operação turca.
Pouco depois Trump alterou a sua posição devido aos protestos à escala internacional, em particular pela função decisiva das Unidades de Proteção Popular (YPG), as milícias curdas sírias integradas nas FDS consideradas como “terroristas” por Ancara, na luta contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI).