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China deve investir nos países lusófonos em telecomunicações, transportes e energia

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Um estudo divulgado hoje e encomendado pelo Governo de Macau aconselha a China a investir nos países lusófonos nas áreas das telecomunicações, transportes e energia.

“Com o crescimento populacional e desenvolvimento económico dos países de língua portuguesa, existe um enorme potencial para as empresas chinesas em participar na infraestrutura da indústria de telecomunicações nos países de língua portuguesa”, pode ler-se num relatório apresentado hoje e encomendado à Associação Internacional de Construtores da China.

O documento, elaborado em conjunto com a Beijing SunRisk Information Technology, visa ajudar Pequim e Macau a definirem “políticas de promoção da cooperação em investimentos nos países de língua portuguesa”, bem como “orientações para as empresas chinesas envolvidas em projetos relacionados com investimento, construção e operação de infraestruturas” nesses Estados.

“Com mais de 40% de participação no mercado brasileiro de equipamentos de telecomunicações, a Huawei, representante da indústria de telecomunicações chinesa, ganhou vários grandes projetos de mais de mil milhões de dólares [900 mil euros] nos últimos anos”, assinala-se no documento.

“Com o crescimento populacional e desenvolvimento económico dos países de língua portuguesa, existe um enorme potencial para as empresas chinesas participarem no desenvolvimento das infraestruturas da indústria de telecomunicações nos países de língua portuguesa”, conclui o estudo, apresentado na inauguração do 10.º Fórum Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês) que termina sexta-feira em Macau.

Por outro lado, sustenta-se que a cooperação na construção de infraestruturas entre a China e os países lusófono “deve centrar-se principalmente nas áreas de transporte e energia (eletricidade)”.

A edição deste ano do fórum conta com mais de dois mil empresários, académicos e políticos, dos quais mais de 50 governantes oriundos de 40 países e regiões, num evento cujo orçamento está estimado em 39 milhões de patacas (4,3 milhões de euros) e que é promovido sob a orientação do Ministério do Comércio da República Popular da China e do Governo de Macau.

O IIICF inclui 36 fóruns paralelos, exposições, seminários de promoção de projetos e bolsas de contacto, entre outras atividades de negociação comercial, para operacionalizar a cooperação entre os países envolvidos na estratégia adotada pelo Governo chinês denominada de “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa o desenvolvimento de infraestruturas e investimentos em países europeus, asiáticos e africanos.