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Banco Europeu de Investimento espera apoio da UE para combate aos combustíveis fósseis

FOTO Reuters
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O Banco Europeu de Investimento (BEI) vai discutir, na quinta-feira, uma proposta para deixar de financiar, progressivamente, projectos que incluam combustíveis fósseis, e espera que os Estados-membros dêem ‘luz verde’ a tal medida.

Falando numa visita de jornalistas estrangeiros baseados em Bruxelas às instituições da União Europeia (UE) no Luxemburgo, o presidente do BEI, Werner Hoyer, notou que “a extinção dos combustíveis fósseis é obrigatória” para combater as alterações climáticas.

“Temos de agir agora”, vincou o responsável, dando conta de que, na quinta-feira, o Conselho de Administração do BEI irá discutir uma proposta referente aos empréstimos na área da energia e outra.

Em causa está, então, uma redução faseada do apoio dado a projectos que incluem combustíveis fósseis até final de 2020, mas também uma meta mais ambiciosa para os projectos ‘verdes’ suportados pelo BEI, que deverá passar de 25% para 50% do total.

“Nunca dissemos que não deveria haver investimento em certas áreas, só dizemos que devemos fixar alguns padrões”, defendeu Werner Hoyer.

O responsável admitiu que esta questão envolve “duas dimensões, uma política e uma económica”.

“Politicamente, vemos que há regiões da UE que são dependentes de combustíveis fósseis, não só pelos fornecedores, mas também pelos postos de trabalho que abrangem”, reconheceu, admitindo ser necessária “uma transição”.

E, ao mesmo tempo, “temos de agir como banqueiros responsáveis”, indicou o presidente do BEI.

“Não somos ingénuos, sabemos que temos de apresentar contas e garantir que temos apoio suficiente, mas não vamos afastar-nos dos nossos objectivos”, vincou Werner Hoyer, esperando que os Estados-membros sejam “razoáveis”.

Para Werner Hoyer urge, assim, “colocar a parte climática em tudo o que o BEI faz”.

Nesta conversa com jornalistas, o responsável focou-se também na área digital, alertando para que a UE “tem de acordar” e criar um mercado único digital.

“É um grande desafio para a Europa, mas temos de garantir que sobrevivemos” perante a concorrência vinda de outras potências como China e Estados Unidos, adiantou Werner Hoyer.

O responsável aproveitou ainda a ocasião para destacar o contributo dado pelo BEI na zona euro após a crise económica, realçando que “Portugal, Espanha e outros países seriam hoje diferentes se o banco não tivesse investido a tempo”.