As profundas divergências entre Carlos Pereira e Eduardo Jesus, nomeadamente em relação ao subsídio de mobilidade, ganham novo episódio. Depois de criticado pelo secretário regional, na edição impressa do DIÁRIO de hoje onde é acusado de ser monótono, Carlos Pereira reage em comunicado em que insiste nas críticas ao modelo e ao governante.

“Habitue-se Senhor Secretário Regional. Seremos sempre monótonos e, por isso, coerentes, na ajuda à Madeira. Já o histerismo e multiplicidade de opinião do governo, e do secretário em particular, desprotege os madeirenses”, avisa o presidente do PS-M.

“Este governante, que já revelou uma dificuldade grande em lidar com a verdade, agora revela outra mais angustiante: confunde monotonia com coerência”, atira Pereira criticando o secretário da Economia, Turismo e Cultura pela “multiplicidade de posições sobre o mesmo assunto”.

O dirigente socialista recorda que, no início, Eduardo Jesus elogiava o modelo em vigor e até se “gabou” das alterações face ao dos Açores. “Depois das nossas críticas (as mesmas até hoje, daí a monotonia que irrita o Dr. Eduardo) reafirmou várias vezes que o PS-M não percebia nada do assunto e que as críticas eram infundadas; ao longo do tempo foi mudando de opinião e acaba a enviar propostas em atraso que nem sequer podem ser discutidas na Assembleia da República”. Para Carlos Pereira, ao mudar o seu modelo, o secretário e o Governo dão razão ao PS. No entanto, o líder socialista madeirense lembra que “o modelo em curso foi inventado pelo PSD-M e pelo PSD/CDS”.

Além das críticas pelo modelo actual e as propostas para o alterar, Carlos Pereira aponta outra crítica que se prende com a dificuldade em atrair outras companhias aéreas para a Madeira. O Governo, diz Pereira, “não é capaz de explicar aos madeirenses porque razão a Ryanair opera nos Açores, e faz um bom trabalho, e não vem para a Madeira e ainda por cima os Açores não pagam nada, um facto que, outra vez, irrita o governante”, escreve o líder socialista no comunicado hoje divulgado.