Madeira

Estivadores de Lisboa repudiam “absurdo das fake news da Madeira”

Em causa a falta de bens essenciais na Região

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O Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL)reagiu ao facto de nos últimos dias terem sido publicadas diversas notícias na imprensa regional da Madeira que demonstram que a luta dos estivadores no porto de Lisboa está a servir para todo o tipo de aproveitamentos, em especial, económicos e políticos, o que lamentam através de comunicado.

“Os estivadores de Lisboa convocaram uma greve que não abrange o grupo ETE, o qual tem a seu cargo o transporte exclusivo de bens, via marítima, entre o porto da capital e o arquipélago da Madeira. Por isso, são totalmente falsas as notícias que justificam uma alegada falta de bens essenciais no arquipélago da Madeira com a greve convocada pelo SEAL para o porto de Lisboa”, refere o Sindicato.

Para o SEAL “não deixa de ser surpreendente aliás, que as notícias falsas tenham desde logo merecido intervenções políticas, inicialmente por parte do CDS-Madeira, as quais, porventura, poderão ser explicadas pela ligação que o administrador da Yilport, Dr. Diogo Vaz Marecos, tem a este partido”. O governo regional também não é poupado pois, “vá-se lá saber porquê, tem aderido a esta campanha difamatória, não podendo desconhecer o teor do pré-aviso e o facto de o mesmo não se dirigir a quaisquer navios ou cargas destinados ou provenientes desta região autónoma”.

A posição adotada pelo grupo SONAE também é posta em causa por alegadamente aproveitar “a campanha difamatória” para criar “compensações em cartão” de 10% do valor das compras, para colmatar os alegados “transtornos causados pelos atrasos nos portos”. “Por outras palavras, parece que a greve dos estivadores, até serve para alimentar, na Madeira, uma campanha de marketing do próprio Continente”, refere a nota do SEAL.

O sindicato defende-se das acusações alegando que sempre “cumpriu integralmente todos os serviços mínimos decretados pelo governo em greves anteriores sendo que, neste caso concreto, não consegue perceber a necessidade de se declararem serviços mínimos relativos a navios e cargas destinados ou provenientes de uma região sobre a qual não incide qualquer greve”.

Mais, o SEAL repudia o teor das notícias, que nega, remetendo a imprensa para uma leitura do pré-aviso de greve de modo a evitar o que classifica de absurdo: “a exigência de cumprimento de serviços mínimos e os efeitos assinalados fazem-se sentir por efeito de uma greve que ainda não começou, pois o seu início está agendado apenas para o próximo dia 19 de Fevereiro e, repete-se, sem afectar qualquer ligação marítima à Região Autónoma da Madeira”.

O SEAL faz ainda uma pergunta e deixa uma ameaça: “Qual o elemento concreto que determinou que a imprensa regional tenha dado início a uma campanha que o SEAL considera difamatória a qual, a prolongar-se, irá fazer com que este seja obrigado a lançar mão dos meios judiciais ao seu alcance, não só para a reposição da verdade como para responsabilizar os autores da mesma”.