Madeira

D. Nuno Brás recorda Última Ceia e apela a que se participe no memorial da paixão de Jesus

Foto Arquivo/ASPRESS
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O Bispo do Funchal lembrou, esta tarde, que o que se celebra hoje é “o Mistério Pascal de Jesus e, com ele, o mundo novo que nos é oferecido, a cada um de nós, pela morte e ressurreição do Senhor”. D. Nuno Brás pronunciou uma homilia, na Sé do Funchal, na Missa da Ceia do Senhor, onde explica a importância da Última Ceia nesta época pascal.

“Jesus identifica-se com o pão e com a taça de vinho. Mas como pode tal acontecer? Quem é Aquele que se identifica com o pão e o vinho? Certamente: o Jesus que pronuncia estas palavras e realiza estes gestos é Aquele que os Doze tinham acompanhado ao longo dos anos nas caminhadas da Galileia e da Judeia, em particular nas suas refeições com os pecadores”, explicou D. Nuno Brás. “Mas esse Jesus seria apenas uma memória, uma recordação, uma narração distante, não uma identificação, uma realidade. Só o Senhor morto e ressuscitado se poderia identificar com o pão partido e o cálice de vinho partilhado. Apenas Aquele que na cruz se ofereceu em sacrifício, experimentou a morte e ressurgiu no primeiro dia do mundo novo; apenas Ele poderia dizer: isto é o meu Corpo, este é o cálice do meu sangue — ou seja: sou eu mesmo, tomai e comei! Apenas Ele poderia realizar esse gesto para sempre!”, disse.

O Bispo do Funchal afirma que “ao pronunciar estas palavras, Jesus cria uma nova presença, uma presença real, que se oferece a si mesma, que não depende das memórias dos amigos humanos, mas que depende dele próprio e do seu novo modo de ser ressuscitado: a presença sacramental”. “Apenas Deus o poderia fazer: apenas o Deus que surge vitorioso da morte e do sepulcro, e que, com a sua vida, atravessa o tempo e a história, apenas Ele o poderia fazer!”, acrescentou.

“Como sucedeu a todos os cristãos que nos antecederam, a nós, os seus discípulos do século XXI, o Senhor permite vivermos esse momento. Também nós estamos hoje, como comunidade de discípulos, sentados à mesa eucarística. Perante o mistério que celebramos, quer dizer: perante esta presença, este “hoje divino”, os acontecimentos do Êxodo tornam-se figura, anúncio; perante esta presença, percebemos como a morte e sepultura do Senhor se revestem da qualidade de acontecimentos de salvação; perante esta presença, percebemos a Eucaristia que celebramos. Percebemos a graça de nos encontrarmos reunidos à volta do Senhor que, uma vez mais, nos diz: «Tomai e comei isto é o meu corpo; tomai e bebei, este é o cálice do meu sangue»”, continuou.

D. Nuno Brás concluiu a homilia deixando um apelo: “Sentados à mesa eucarística com Jesus, deixemos que Ele nos conduza, uma vez mais, pela Sua morte, sepultura e ressurreição. Comunguemos, irmãos. Quer dizer: comamos o seu Corpo, bebamos o Seu Sangue, unamo-nos a Ele; deixemos que Ele nos faça seus, e que a Sua Cruz seja a nossa. Porque aquele que come o Seu Corpo e bebe o Seu Sangue passa, não já do Egipto à Terra Prometida, mas da morte à vida. Participemos do memorial da Sua Paixão. Deixemos que hoje ela se faça presente na nossa vida. Mostremos a todos o caminho que Deus nos oferece para participar da Sua vida eterna”.