Este país não é para jovens

A taxa real estimada do desemprego jovem em Portugal anda atualmente entre os 17% e os 20%, tendo em conta contratados a prazo, aqueles que frequentam formação e estágios profissionais e os subempregados com emprego precário aquém das suas habilitações profissionais e académicas, auferindo na sua maioria o salário mínimo e alguns nem isso. Fora desta estatística ficam aqueles, e não são poucos, nomeadamente com formação superior, que há dois e mais anos procuram ativamente emprego que se coadune com as suas habilitações académicas e profissionais mas cuja única alternativa é cada vez mais a emigração. Portugal está entre os quatro piores países da UE relativamente à taxa de desemprego jovem. É por isso que soam cada vez mais a mistificação e eleitoralismo puro todas as declarações e medidas anunciadas pelo Primeiro Ministro (PM) e alguns Ministros, como a redução do IRS para os emigrantes que regressem a Portugal entre 2019 e 2020, precisamente no ano das eleições, quando se sabe de antemão que apenas alguns reformados e um ou outro jogador de futebol em fim de carreira é que irá aproveitar a medida, que é o que está a acontecer, pois quanto aos jovens, principalmente quadros com formação superior, que emigraram à procura de um futuro que não encontraram em Portugal só deverão cá voltar para gozar a sua reforma. A ridícula declaração do PM exemplificando como pretenso, e único, “caso de sucesso” desta sua política ter ido buscar a Cambridge o atual ministro da educação, espelha bem a inutilidade superveniente destas pseudo medidas. Só haverá esperança de emprego para os jovens, consentânea com as suas capacidades e formação superior, com o investimento privado na criação de novas empresas e aumento de capacidade produtiva das atuais, e não com as lérias do atual governo de mistificadores que há quatro anos tentam enganar os portugueses em geral e os jovens em particular com soluções faz de conta para resolver os seus problemas.

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