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Madeira

Liga convida população a juntar-se à luta contra o cancro neste Outubro Rosa

Núcleo Regional da Madeira apresentou hoje a Campanha Outubro Rosa 2025

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O Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRM-LPCC) apresentou, esta terça-feira, 30 de setembro, a edição de 2025 da Campanha Outubro Rosa, iniciativa anual que visa sensibilizar a população para a prevenção e detecção precoce do cancro da mama, bem como apoiar quem enfrenta a doença.

A cerimónia de apresentação decorreu na sede da instituição, na cidade do Funchal, e contou com a presença do presidente do NRM-LPCC, Ricardo Sousa, da presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Rubina Leal, da diretora regional da Saúde, Bruna Gouveia, e do presidente da Associação de Atletismo da Madeira, Paulo Gomes, além de entidades parceiras, profissionais de saúde e membros da comunidade.

Na ocasião, foi apresentada a madrinha da XVIII Corrida das Mulheres, a psicóloga do Núcleo Regional da Madeira da Liga Contra o Cancro, Carol Neves, que foi diagnosticada com a doença. Ricardo Sousa destacou que a distinção acontece pelo facto de a médica ter “dado tudo o que tem e o que não tem” à Liga, tendo ido trabalhar mesmo de baixa numa altura em que enfrentava a doença. O responsável pelo NRM-LPCC enalteceu a força e a resiliência de um dos rostos da batalha da luta contra o cancro.

A madrinha da corrida, por sua vez, agradeceu o reconhecimento, bem como todo o apoio da Liga e aproveitou para lançar um apelo à população para que tenha mais empatia para com aqueles que lutam contra o cancro, quer durante o processo, quer no após, para que estes possam ser reintegrados na sociedade com “humanização”. “Por ter tido uma doença não é menos humano, nem menos profissional”, disse, invocando a que sejam criados “laços de humanidade, além dos laços cor-de-rosa”.

Para Ricardo Sousa, este é um mês de mobilização, que ultrapassa a Liga e envolve toda a comunidade. “Vestimos o mundo de cor-de-rosa. Este é o símbolo universal da luta contra o cancro da mama”, lembrou.

O responsável alertou para o impacto da doença, lembrando que, só em 2022, foram diagnosticados mais de 9 mil novos casos de cancro da mama em Portugal, dos quais mais de 2 mil terminaram em óbito, sublinhando a importância do diagnóstico precoce.

“Cada gesto conta, cada iniciativa aproxima-nos de um futuro com mais esperança”, frisou, acrescentando que “mais do que uma campanha, Outubro Rosa é um movimento comunitário de sensibilização e apoio”.

A campanha inclui um vasto conjunto de acções não só na Madeira como também no Porto Santo. Ricardo Sousa destacou, entre outras iniciativas, a exposição 'Retratos de Força', que estará patente em diversos locais, que retrata sobreviventes do cancro da mama, a actividade 'Jardim da Coragem', no Largo do Município, onde a população é convidada a colocar uma flor cor-de-rosa com uma mensagem de apoio, "num gesto simples que mostra que os doentes não estão sozinhos”, a campanha digital 'Rostos da Luta, Vozes da Esperança', que partilhará diariamente nas redes sociais testemunhos de quem enfrentou a doença, assim como a XVIII Corrida da Mulher na baixa da cidade do Funchal, um evento comunitário que alia a prática desportiva à promoção da saúde, e o espectáculo de teatro ‘Conversas da Teta’, apresentado pelo Grupo Amador de Teatro de Esposende – Rio Cávado, com sessões previstas no Funchal, na Ponta do Sol e em Machico.

A presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Rubina Leal, defendeu que o Parlamento Madeirense "tem de ter um papel mais proactivo" para promover a prevenção da doença, anunciando a continuidade e o reforço das parcerias da Assembleia Regional com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, destacando que “quanto mais informação a população tiver, mais trabalhamos a prevenção”. Rubina Leal sublinhou ainda o papel da empatia e da desmitificação do tema: “É essencial tornar o cancro algo normal, evitar os constrangimentos e reforçar o apoio. A Liga tem tido um trabalho exemplar e meritório ao longo dos anos.”

Na mesma linha, Bruna Gouveia, directora regional da Saúde, salientou que “o cancro é efectivamente o principal problema de saúde que afecta a Região Autónoma da Madeira”, apontando que apesar de não ser a principal causa de morte, o seu impacto na sociedade “é profundo”. A representante da titular da Saúde sublinhou o investimento do Governo Regional na área da oncologia do Serviço Regional de Saúde com vista à melhoria dos recursos humanos, do diagnóstico e dos tratamentos. Bruna Gouveia explicou que a resposta ao cancro, desde a prevenção ao diagnóstico e ao tratamento, tem sido uma aposta estratégica, com enfoque na integração do desenvolvimento científico.

Segundo Bruna Gouveia, o cancro da mama é o de maior prevalência na Região, sendo também uma das maiores preocupações em saúde pública. “É uma doença que pode surgir apenas por o facto de a mulher ser mulher", atentou, lembrando que as hormonas femininas aumentam a probabilidade de desenvolver este tipo de cancro. A directora regional sublinhou ainda que o rastreio do cancro da mama, que vai na sua 10.ª volta, está bem estabelecido, abrangendo mulheres entre os 45 e os 65 anos, tendo identificado, só no último ano, cerca de 80 novos casos. “Temos de prevenir, diagnosticar e tratar o cancro da mama com humanidade”, concluiu.

Por seu lado, o presidente da Associação de Atletismo da Madeira, Paulo Gomes, reforçou o papel de todos nesta luta. “A doença afecta toda a gente. Este deveria ser o ano rosa”, afirmou, apelando a um “esforço conjunto”, e lembrando que a doença “nem sempre é uma fatalidade”. 

A campanha Outubro Rosa pretende envolver a comunidade. Todas as informações e datas das actividades serão divulgadas nas redes sociais oficiais do NRM-LPCC.