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Madeira

Madeira precisa de sistemas eléctricos "mais robustos", alertam engenheiros

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A Região Madeira da Ordem dos Engenheiros (RMOE) concluiu que os sistemas críticos da Região Autónoma da Madeira devem ser alvo de "maior investimento em autonomia, capacidade de resposta e mecanismos próprios de resiliência", de forma a enfrentar riscos como apagões, fenómenos climáticos extremos e ciberataques.

A recomendação resulta da conferência 'Anatomia de Sistemas Eléctricos – Apagões e outros Jargões', promovida em Julho no âmbito do ciclo 'Conversas com a Sociedade 2025-2028'.

O evento reuniu especialistas e profissionais do sector energético para debater a resiliência dos sistemas eléctricos da Região Autónoma da Madeira (RAM), abordando desafios técnicos, riscos e soluções futuras, numa conferência aberta à sociedade em geral com o intuito de promover a literacia técnica sobre o tema.

Analisando o apagão ibérico de Abril de 2025, foram discutidas fragilidades, causas técnicas e a urgência de dotar o sistema de maior resiliência, repensando as políticas de operação de redes eléctricas com fundamentos puramente económicos. Foi analisada também a capacidade de resposta dos sistemas críticos.

Nesse sentido, os participantes consideraram que 

  • A Região está dotada de sistemas elétricos isolados, de pequena dimensão, que devem ser forçosamente robustos, razão pelo qual operador do sistema tem vindo a investir fortemente em infra-estruturas modernas, energias renováveis, baterias, compensadores síncronos.
  • A Madeira é um "laboratório de inovação" excepcional para testar tecnologias e soluções para prevenir e mitigar apagões.
  • A cultura de segurança e uma cadeia de comando bem definida e treinada são cruciais para dar resposta em emergências.
  • O investimento em cibersegurança é frequentemente insuficiente, sendo visto como um custo em vez de uma prioridade.
  • A modernização das redes, associada à descarbonização, requer uma abordagem integrada de prevenção, com políticas que promovam a robustez face a eventos climáticos extremos.
  • A colaboração entre parceiros (públicos e privados) e a realização de exercícios e simulacros são fundamentais para testar a resposta e a resiliência em rede.