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Eleições Autárquicas Madeira

Livre apresenta programa autárquico para o Funchal com foco no Ambiente

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O partido Livre apresentou esta quarta-feira, 24 de Setembro, o seu programa autárquico para o Funchal, centrado no mote 'Funchal para Viver: com futuro e dignidade'. A candidatura, encabeçada por Marta Sofia, propõe uma cidade “verde, justa e democrática”, com medidas centradas na sustentabilidade ambiental, na resiliência climática e na melhoria da qualidade de vida urbana.

Entre as propostas-chave está o “Programa Círculo Verde Funchal”, que pretende transformar os espaços urbanos através da criação de microflorestas e da renaturalização de ecossistemas ribeirinhos e costeiros.

O partido propõe a implementação de microflorestas urbanas em bairros densamente povoados e terrenos subutilizados, seguindo o método Miyawaki. A abordagem prevê a plantação intensiva de espécies nativas, incluindo arbustos como o Buxo-da-rocha e Malfurada, bem como árvores de dossel como o Til, Barbusano e Loureiro, replicando a estrutura da Floresta Laurissilva.

Segundo o programa, estas “ilhas de sombra” visam combater o calor extremo nas zonas urbanas, aumentar a biodiversidade e melhorar a qualidade do ar em áreas de maior pressão urbana e renaturalização como estratégia de proteção.

Na gestão dos recursos hídricos, o Livre defende uma abordagem baseada na natureza. A proposta inclui a renaturalização das ribeiras e zonas costeiras como alternativa à tradicional "betonização", com o objectivo de mitigar riscos de cheias e aluviões.

O plano contempla a remoção de estruturas rígidas sempre que possível e a reintrodução de vegetação nativa nas margens dos cursos de água. Esta solução visa aumentar a permeabilidade dos solos, fixar sedimentos e melhorar o escoamento natural das águas.

Entre os principais objectivos da intervenção estão aumentar a resiliência urbana e a segurança contra eventos climáticos extremos e recuperar ecossistemas ribeirinhos, restabelecendo a biodiversidade e melhorando a qualidade da água.

“A requalificação não é sobre construir muros, mas sim sobre devolver o espaço à natureza para que esta possa proteger a cidade de forma mais eficaz”, refere o programa.

O Livre propõe ainda medidas para uma gestão mais eficiente da água, como a reutilização de águas tratadas para rega e limpeza urbana, reduzindo a pressão sobre os recursos potáveis e contribuindo para uma cidade mais sustentável.

A candidatura destaca também várias medidas com impacto direto na comunidade e nos hábitos de consumo:

  • Mercado Circular: uma feira rotativa organizada pela autarquia para promover a troca e reparação de bens como roupa, eletrodomésticos e bicicletas; Compostagem Comunitária: incentivo à compostagem local de resíduos orgânicos por grupos de residentes; Recolha Seletiva Porta-a-Porta: reforço da acessibilidade à reciclagem; Redução do desperdício em eventos públicos, através do uso de copos reutilizáveis.

As iniciativas pretendem envolver diretamente os cidadãos e promover uma cultura de reaproveitamento e sustentabilidade.

A nível económico, o programa inclui a criação do “Funchal Tech & Green Hub”, um polo de apoio a startups e iniciativas empreendedoras nas áreas da economia do mar, energias renováveis e soluções circulares.

O Funchal não pode ter medo da natureza. A nossa visão é clara: vamos usar o poder da floresta e da ecologia para proteger a nossa cidade e as nossas famílias. O '"Programa Círculo Verde Funchal" ' com as microflorestas não é apenas sobre plantar árvores; é sobre arrefecer os bairros, a cidade, combater o calor e devolver a qualidade de vida. E nas ribeiras, a proteção contra as cheias far-se-á com a renaturalização, e não com mais betão. Queremos uma cidade verde, justa e um exemplo de economia circular, onde nada se desperdiça e onde a Câmara Municipal trabalha ativamente para a dignidade de todas as pessoas Marta Sofia