“Evidência” justifica recuo da Madeira nas idades da vacinação contra a gripe
Governo Regional dispensa 700 mil euros para vacinas da gripe e da covid-19. Secretária regional de Saúde garante que alteração nos grupos-alvo não se deve a poupança
Micaela Freitas atribui à “evidência” o recuo da Região no que toca à idade da população-alvo abrangida pela campanha de vacinação contra a gripe e a covid-19, assunto que é notícia na edição impressa do seu DIÁRIO desta quarta-feira.
A secretária regional de Saúde e Protecção Civil, na visita que fez hoje ao Centro de Saúde do Bom Jesus, assinalando o arranque desta campanha que ontem começou, deu conta de que a Madeira alinha a sua estratégia com as orientações nacionais e internacionais, recusando que na decisões do ano passado, ao incluir a faixa etária dos 50 aos 59 anos, tenha estado qualquer erro ou precipitação.
“Em relação à população abrangida, está em linha de conta com o que se passa a nível nacional e internacional. Em diversos países europeus, a vacinação a população com 60 anos ou mais”, notou a governante, salientando que “o foco tem de ser vacinar as pessoas mais vulneráveis. E as pessoas com mais de 60 anos são as pessoas mais vulneráveis”.
Nesse sentido, Micaela Freitas afastou qualquer ideia de que a alteração nas faixas etárias abrangidas por esta vacinação tenha qualquer relação com uma estratégia de poupança financeira, apontando os cerca de 700 mil euros dispensados pelo Executivo madeirense para a aquisição de 49.500 vacinas da gripe e 18 mil da covid-19. “Não se trata de uma questão de poupança, trata-se de proteger aqueles que são mais vulneráveis e esse tem de ser o nosso foco”, sustentou, em declarações aos jornalistas, minutos antes de, ela própria, dar o exemplo ao vacinar-se contra a gripe.
A governante não descartou a possibilidade de, no decorrer da campanha, virem a ser ditadas alterações aos grupos abrangidos, podendo voltar a incluir as pessoas com 50 anos ou mais.
Na campanha deste ano, voltam a estar incluídas nos grupos-alvo as grávidas; as pessoas com doença crónica; os residentes em instituições; os coabitantes e cuidadores de pessoas vulneráveis; bem como os profissionais da área da saúde, social, creches e serviços críticos. Entre as novidades estão os profissionais de risco da área da veterinária e pecuária e as crianças com idade igual ou superior a 6 meses e inferior a 24 meses, também aqui seguindo as orientações da Direcção-Geral da Saúde.
As vacinas contra a gripe a contra a covid-19 podem ser administradas à população abrangida pela campanha de forma gratuita, em qualquer um dos 47 centros de saúde da Região, na maioria dos casos em regime de 'porta abertia', ainda que o agendamento prévio seja recomendado em unidades de saúde mais pequenas.