Chega quer transferir vacaria da Mãe de Deus para o Santo da Serra
A candidatura do Chega à Câmara Municipal de Santa Cruz propõe a deslocação da vacaria instalada na Mãe de Deus, no Caniço, para as antigas instalações da empresa Santagro, no Santo da Serra. Agostinho Alves indica que tal responderia às reclamações dos moradores da Mãe de Deus, "que há muito tempo sofrem com mau cheiro, risco para a saúde pública e incómodo ambiental".
O cabeça-de-lista assume que esta vacaria existe há mais de 30 anos, mas aponta que já foi alvo de abaixo-assinado com quase 800 assinaturas onde moradores alertam para a poluição odorífera, a presença constante de dejetos nas imediações, o incómodo nas habitações e a perturbação da qualidade de vida.
"Não se trata de fechar os olhos à agricultura ou ao pastoreio, mas de defender o direito das pessoas de viver com dignidade. A vacaria de Mãe de Deus está num local impróprio, demasiado próximo de habitações, com impacto direto na saúde e no bem-estar dos moradores", indica o candidato. Agostinho Alves considera que "a Santagro, no Santo da Serra, dispõe de instalações que podem acolher esta actividade num espaço mais isolado, adequado e menos conflituoso". "Esta mudança será positiva tanto para quem vive em Mãe de Deus como para quem trabalha na vacaria", indica.
Já Miguel Castro, líder regional do Chega, indica que "este é mais um exemplo do que o Chega denuncia há anos: soluções «caseiras» que só resolvem parte do problema, quando era necessário mudar tudo. Remendar não chega — é preciso realinhar com a decência, com a saúde pública, com o respeito pelas pessoas".
"A proposta de transferência da vacaria para a Santagro existe por força do bom senso, para pôr fim a anos de queixas, de odores, de angústia para famílias que não têm descanso em casa", indica.
Nesse sentido, explica que a proposta passa por "negociar com quem de direito a cessão ou adaptação das antigas instalações, garantindo que estas satisfaçam todos os requisitos legais de segurança, higiene e distância mínima para efeitos de impacto ambiental e de saúde". "O Chega compromete-se a acompanhar de perto todos os trâmites legais, incluindo licenciamento, fiscalização e compromissos de responsabilidade social da vacaria, para que a transferência não seja apenas um anúncio, mas uma realidade concreta", diz, através de comunicado.
"Reconhecemos que qualquer mudança exige diálogo, plano de execução claro e custos que devem ser justos e bem calculados. Mas é inaceitável que se mantenha uma situação que gera sofrimento evitável. Os moradores de Mãe de Deus merecem viver com normalidade, sem ter de fechar janelas por causa do cheiro, sem ver as suas vidas perturbadas por uma atividade que poderia estar melhor localizada", assume.