Pelo menos 32 mortos na cidade de Gaza devido a ataques de Israel
Pelo menos 32 pessoas morreram hoje na cidade de Gaza devido a uma série de ataques aéreos de Israel, que intensificou a ofensiva na região e insta os palestinianos a abandonarem, informou uma equipa médica palestiniana.
Entre os mortos estavam 12 crianças, de acordo com informação veiculada pelo Hospital Shifa, para onde os corpos foram levados.
Nos últimos dias, Israel intensificou os ataques em toda a cidade de Gaza, destruindo vários edifícios altos, onde afirma que o Hamas colocou equipamento de vigilância.
Israel instou os residentes a saírem, devido à ofensiva destinada a tomar a maior cidade palestiniana, que diz ser o último reduto do Hamas, mas centenas de milhares de pessoas permanecem na cidade, resistindo em condições de fome.
Um dos ataques durante a noite e na madrugada de sábado atingiu uma casa no bairro de Sheikh Radwan, matando uma família de 10 pessoas, incluindo uma mãe e os seus três filhos, disseram autoridades de saúde.
O Exército de Israel não respondeu imediatamente a perguntas sobre os ataques.
Mais de 250 mil habitantes saíram da cidade de Gaza
O Exército israelita afirmou hoje que mais de 250.000 habitantes de Gaza já abandonaram a cidade em direção ao sul do enclave devido aos bombardeamentos israelitas, às ordens de deslocamento forçado e à ameaça de uma invasão terrestre.
"Residentes de Gaza, de acordo com estimativas das Forças de Defesa (de Israel), mais de um quarto de milhão de residentes da cidade de Gaza saíram da cidade pela sua própria segurança", afirmou em árabe na X o porta-voz militar, Avichay Adraee.
A EFE não conseguiu corroborar a estimativa do Exército, mas de acordo com dados da Agência da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), desde 14 de agosto foram registadas mais de 122.385 deslocações na cidade de Gaza, 60% (mais de 73.500 movimentos) do norte para o sul da Faixa de Gaza.
De acordo com a metodologia, uma mesma pessoa pode realizar mais de uma deslocação, pelo que o número total de residentes de Gaza deslocados pode ser menor. Estima-se que havia cerca de um milhão de pessoas na cidade de Gaza.
Especialistas em direitos humanos consideram que esta deslocação forçada da população civil pode constituir um crime de guerra, numa ofensiva bélica já classificada como genocídio por diferentes ONG, relatores da ONU e especialistas.
"Exorto-os, para sua própria segurança, a aproveitarem a rua Rashid e a deslocarem-se imediatamente para a zona humanitária de Al Mawasi e para as áreas vazias dos campos centrais, tal como anunciámos ontem (sexta-feira), onde poderão usufruir de uma resposta humanitária muito melhor, incluindo serviços de saúde", acrescentou o porta-voz.
De acordo com ONG e testemunhos no terreno, a zona de Al Mawasi, no sul de Jan Yunis, também bombardeada por Israel, equivale a 12% da Faixa, e nela se estendem tendas onde as pessoas sobrevivem amontoadas, sem saneamento ou água potável suficiente.