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Crónicas

A verdadeira fortuna

Esquecemo-nos muitas vezes do que é absolutamente fundamental. Os que gostam de nós

Passamos grande parte da nossa vida a trabalhar para termos melhores condições. O dinheiro tornou-se para muitos o epicentro de todas as decisões. Tudo gira à volta dele. O trabalho, os gadgets e toda a parafernália de instrumentos que usamos para parecer que estamos bem, muito mais do que por necessidade. Às vezes para impressionar o vizinho outras como satisfação meramente momentânea ou residual. Esquecemo-nos muitas vezes do que é absolutamente fundamental. Os que gostam de nós. Definimos prioridades consoante aquilo que nos vendem na televisão, ajustamos gostos e atitudes, vendemo-nos ao consumismo impulsivo, sem regras ou valores. No fundo acabamos por participar de uma forma de estar que nos é imposta pela sociedade, sem que nos passe pela cabeça a determinação do certo ou do errado, do que faz sentido ou que nos faz verdadeiramente falta. Andamos por isso muitas vezes ao sabor do vento, num rebanho de ovelhas obedientes que seguem o trilho que lhes é imposto sem perguntas ou dúvidas. Limitamo-nos a aceitar que é assim e seguimos por aí.

Mas a vida e o compasso que determina o nosso tempo é muito mais do que isso. São as pessoas que nos rodeiam, os que nos fazem falta, aqueles de quem temos saudades e os que estão sempre ali para nós. Essa é a nossa verdadeira fortuna. Conseguirmos rodearmo-nos de gente que nos acrescenta, dos que fazem parte e que estão lá quando tudo parece sucumbir. São a família e os amigos que nunca nos deixam sós. Podemos ter o dinheiro todo do mundo na carteira, passar os nossos dias na ânsia de querer ter mais, de comprar e de mostrar mas quando nos apercebemos do que realmente conta, do que nos preenche cá dentro, é nesse momento que conseguimos entender o significado da nossa existência e a composição das nossas prioridades. A forma como nos apegamos ao que é supérfluo e a capacidade que temos de nos ligar ao que realmente vale a pena define o que somos mas também onde queremos chegar.

Não há por isso mais nada que nos preencha de uma forma completa e transversal como as pessoas com quem nos relacionamos. Os que estão junto a nós aconteça o que acontecer, aqueles que nos aplaudem nos sucessos e nos suportam quando mais ninguém parece existir. Eu tenho essa sorte. De estar rodeado de pessoas boas, de amigos verdadeiros e de uma família que está sempre presente. Essa é a essência da vida, aqueles com quem podemos partilhar, os que não nos falham em momentos de aperto e nos indicam o caminho quando tudo parece perdido. É isso que devemos estimular muito para além do que podemos conquistar a nível financeiro. São as pessoas que nos movem, que nos fascinam e nos fazem felizes.

A nossa sorte mas sobretudo a felicidade vem do que criamos à nossa volta. E isso não se compra, nem se vende. É definido pelas nossas escolhas, pelas atitudes que tomamos, no dia a dia, nas mais pequenas coisas. Não há nada mais importante do que termos ao pé de nós quem nos enche de magia e nos completa nas mais pequenas coisas. Isso o dinheiro todo do mundo nunca conseguirá comprar. A essência, as emoções e os sentimentos. É por isso tão importante estimular e valorizar os nossos, os que nunca nos abandonam e estão sempre ali para nos proteger.

Frases soltas:

Os incêndios que assolam o país nesta época do ano, teimam em não dar tréguas. É um massacre constante de gente que vê os seus bens e pertences de toda uma vida serem postos em causa. Já era tempo de conseguirmos ter uma atitude mais assertiva em relação a esta matéria para que as nossas gentes possam dormir descansadas.

Está a chegar o dia do encontro mais aguardado dos últimos tempos. No Alaska, Putin e Trump irão reunir-se para definir o futuro do Mundo. Não parece existir grande crença em relação ao que irá ali ser discutido. Era bom que pelo menos uma vez estes lideres mundiais mostrassem alguma sensibilidade e bom senso.