Da Quinta Falcão a Time Square

Não precisamos de andar muito atrás no tempo, apenas 40 anos para falar do cidadão português, nascido na R.A. da Madeira e que é hoje por hoje o mais conhecido em todo o mundo. De Sto. António para Alvalade, Manchester, Madrid, Turim e Riad, tornando-se na marca Portugal. Os amantes do chamado desporto rei, idolatram-no, adoram-no ou invejam-no e odeiam-no por razões diversas, mas de uma coisa convenhamos, estamos perante o desportista que é a marca que mais mobiliza o negócio do desporto no mundo actual. Existe muita contestação sobre o facto da mediatização que atingiu, pois, penso que não haverá nos quatro cantos do mundo quem nunca tivesse ouvido o nome de Cristiano Ronaldo. Um homem que no país onde a população já se aproxima dos 215 milhões de habitantes, Brasil uma autêntica (fábrica) de craques da bola e onde ele é venerado só falta que lhe atribuam a nacionalidade brasileira tal é o culto dedicado ao ídolo. Por vezes tentam-se criar paralelos e comparações com outros personagens, todos eles de tal dimensão que para nós portugueses enchem-nos de orgulho e elevam-nos a um patamar de excelência em várias vertentes, desde as descobertas, passando pelas letras, a ciência, a navegação e transportes, enfim todas as vertentes que têm feito de nós portugueses sentirmo-nos orgulhosos das nossas raízes. Desde o Infante D. Henrique, Pedro Alvares Cabral, Luís de Camões, Bartolomeu de Gusmão, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Egas Moniz; Amália Rodrigues, Eusébio, José Saramago, Carlos Lopes, Rosa Mota, Gentil Martins, Sisa Vieira e tantos, tantos outros portugueses que nas diferentes áreas ergueram bem alto o nome de Portugal. Mas porquê CR7 tem sido o mais badalado e, por conseguinte, causado algum frisson o facto de ser mediático através do futebol, da sua imagem vender a marca e por acréscimo a imagem de Portugal, coloca muita gente um pouco indignada a sociedade venerar um futebolista em detrimento de todos os outros? A razão é simples; o factor futebol/negócio, meios de comunicação, mediatização e marketing faz com que a par do futebol gerar paixões, arrastar multidões, ser um negócio de milhares de milhões e gerar discussões, leva a que um cidadão nascido no seio de uma família humilde no meio do oceano Atlântico, tornar-se no mais mediático do mundo com mais de 1 milhão de camisolas vendidas em pouco mais de 72 horas, mais recentemente rendeu 5 milhões ao Sporting com a marca CR7, mais de Mil Milhões de seguidores na rede social Instagram entre outras, dezenas de recorde registados no Guinness Book e parem de contar, até o do perseguido recorde do golo MIL. As lojas de merchandising da FPF têm centenas de objectos alusivos ao craque português, mas fica aqui o reparo, infelizmente se quisermos uma camisola do Eusébio, do Luís Figo, do Pauleta ou até do Éder, não encontrei! Agora falta aproveitar o factor para repor o valor real da nossa história com os meios que o mundo actual nos disponibiliza. Que tal acordar com maior ícone do desporto nacional e começar a promover os nossos ex. e atuais talentos colocando-os ao lado da imagem daquele que é indiscutivelmente o mais famoso português de todos os tempos?

A. J. Ferreira