Projecto de ajudas técnicas de Câmara de Lobos reforçado com Orçamento Participativo
Pouco mais de 142 mil euros do OPRAM garantem aquisição de mais camas articuladas, cadeiras de rodas e outros equipamentos ortopédicos para empréstimo à população
O projecto gerontológico de apoio à população sénior do concelho de Câmara de Lobos acaba de ver reforçada a sua capacidade de acção graças à aquisição de mais equipamentos ortopédicos e geriátricos, fruto de uma candidatura ao Orçamento Participativo da Região Autónoma da Madeira (OPRAM), em 2022, aprovada com 756 votos.
Os pouco mais de 142 mil euros disponibilizados para a candidatura apresentada por Ana Nóbrega, na altura voluntária no projecto social ‘+ Laços’, da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos, permitiram adquirir 20 novas cadeiras de rodas, 10 cadeiras de banho, 40 novas camas articuladas, bem como outro material gerontológico e ortopédico, que garante a satisfação de todas as pessoas que estavam a aguardar por este tipo de equipamentos.
Juntam-se-lhes algum material informático, bem como uma carrinha de nove lugares, adaptada para o transporte de pessoas em cadeira de rodas. No caso concreto da viatura, a mesma deverá chegar à Região em breve, uma vez que está a ser alvo de um processo de adaptação, dada a particularidade a que se destina; quanto às camas e às cadeiras de rodas, as mesmas já estão disponíveis para entrega aos necessitados, suprindo as carências que estavam em ‘lista de espera’.
“Com estes esquipamentos, a lista de espera ficou a zeros”, fez questão de apontar Dani Freitas, ele que é o presidente da Associação Solidária e de Intervenção Comunitária do Garachico (ASICG), uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, que está responsável pela gestão do Banco de Ajudas Técnicas, no Garachico, incluindo as novas aquisições agora concretizadas.
Perante uma plateia onde não faltavam idosos, aquele responsável disse acreditar que “o amor cura”, defendendo as ajudas nos diferentes níveis para que as famílias consigam manter os familiares mais velhos em casa, evitando alguns constrangimentos às unidades de saúde e sociais.
Para tal, Dani Freitas entende serem fundamentais projectos como o que a Associação a que preside desenvolvem, destacando, neste âmbito, o papel assumido pela Junta de Freguesia de Câmara de Lobos na dinamização de outros bancos de ajudas técnicas no concelho.
Embora a intervenção esteja, neste momento, mais concentrada nas freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos, não é colocado de parte o alargamento a outras freguesias, ssendo já servidos alguns utentes do Jardim da Serra e da Quinta Grande, a quem a ajuda chega, também, sem qualquer custo para as famílias.
"Não interessa quem faz"
Celso Bettencourt estava visivelmente satisfeito por ser possível, agora, chegar a mais famílias da sua freguesia e das localidades vizinhas.
O presidente da Junta de Câmara de Lobos, um dos mentores do alargamento do Bando de Ajudas Técnicas ao Garachico fez questão de notar que este tipo de apoio já chega a mais de duas centenas de famílias, com as 120 camas que passam a estar disponíveis, bem como com todos os demais equipamentos gerontológicos e ortopédicos que são cedidos à população que deles precisa e não tem possibilidades financeiras para os adquirir.
"Vamos conseguir dar uma resposta a todo o concelho", vincou o autarca que vê nesta intervenção "o preenchimento de uma lacuna". Nesta acção, não deixa de notar a importância das parcerias firmadas, nomeadamente com o Serviço de Saúde da Região (SESARAM) e o Instituto de Segurança Social da Madeira, mas também com a Casa do Voluntário, num "trabalho em rede" que diz ser fundamental para servir a população. E nesse âmbito, "não interessa quem faz", enfatiza.
O presidente da Junta de Câmara de Lobos destaca a "resposta rápida" e de proximidade que conseguem assegurar, desejando que esta 'receita' fosse transposta para outros concelhos, não deixando de notar, contudo, aqueles que já o fazem bem, como disse ser o caso da Ribeira Brava ou de São Vicente.
"Se todos nós fizéssemos isso e aproveitássemos, de facto, o Orçamento Participativo para este tipo de iniciativas de âmbito social, que são muito válidas, acho que estaríamos muito mais bem servidos no aspecto das Ajudas Técnicas para as nossas populações", defendeu.