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Madeira

Águas e Resíduos da Madeira reporta adesão de 10% à greve

Estação da Meia Serra não queimou lixo hoje. Amílcar Gonçalves diz que dificilmente a posição da empresa vai mudar

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Foto Arquivo

A paralisação resultante da greve de hoje dos trabalhadores da empresa Águas e Resíduos da Madeira foi muito semelhante à de sexta-feira, segundo o presidente desta, a adesão foi na ordem dos 10% de todo o efectivo da empresa pública, mas foi suficiente para parar a queima do lixo na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra. “Sem o efectivo mínimo nós não conseguimos evidentemente pôr a infra-estrutura a funcionar”, admitiu Amílcar Gonçalves, dando conta que o dia foi aproveitado para realizar outro tipo de trabalhos.

Por falta de mão-de-obra, esta manhã não foram incinerados os resíduos nem foi produzida energia, o que representa uma dupla perda para a empresa. O presidente da ARM admite a justeza das reivindicações, lembrando ainda assim que representam um ponto de vista e nega que haja falta de abertura para a negociação.

Amílcar Gonçalves responde ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE) dando conta de que têm dialogado com o representante dos trabalhadores. “Temos exposto as nossas razões, apresentámos as nossas melhorias que são muito concretas e assertivas do ponto de vista remuneratório e laboral”. O presidente lembra inclusive que conseguiram chegar a entendimento e assinaram acordos de empresa com duas associações sindicais, o SINTAP (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública) e o STFP (Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública. “O SITE continua com uma reivindicações que estão muito aquém das nossas possibilidades”, delarou. “Estamos a falar de aumentos de 170 euros em termos de salário; estamos a falar de aumento do subsídio de refeição para os 15 euros. São coisas que nós não conseguimos de todo acomodar na nossa estrutura de custos de forma a manter o equilíbrio económico-financeiro”, justificou o responsável.

Amílcar Gonçalves afirma que esta situação já terá sido explicada aos representantes e que a empresa pública tem procurado fazer um caminho no sentido de melhorar as condições oferecidas. Inclusive, diz, houve um aumento das tarifas em Janeiro preciosamente para acolher parte do que já foi negociado e já está implementado. “Este ano temos as 35 horas, temos aumentado sempre de uma forma transversal a tabela exactamente para acomodar estes aumentos salariais a todos os trabalhadores da ARM. Temos feito este caminho com passos certos e sempre na melhoria continua, mas dentro de um quadro de alguma lógica e de equilíbrio”.

O presidente do Conselho de Administração da ARM lembra os aumentos já dados, o aceleramento de carreiras do ano transacto e a possibilidade de as horas suplementares poderem ser pagas em horas ou em dinheiro.

“O diálogo também tem sido permanente. Não é justo dizer que não estamos a ouvir os sindicatos. Isto é profundamente injusto para nós e para as nossas equipas”. E diz que mesmo que haja mais greves, “dificilmente” a posição da empresa vai mudar. “Nós não conseguimos mexer nos salários de um dia para o outro”, esclareceu. “Isto tudo tem uma lógica e tem um enquadramento que não basta só uma vontade. E com certeza que para o ano, e o salário mínimo vai continuar a subir, e nós vamos manter esta lógica de um aumento contínuo, mas contido dentro das possibilidades da empresa”.