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Explicador Madeira

Pilotos do ‘regional’ de ralis podem abdicar de duas provas

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Foto Rui Silva/ASPRESS

Apesar do Campeonato de Ralis Coral da Madeira 2025 ter aumentado o número de provas de sete para oito, comparativamente a 2024, com a inclusão do Rali de Santana, precisamente a próxima prova do calendário, agendada para os dias 11 e 12 de Abril, apenas os seis melhores resultados contam para efeitos de classificação final.

Significa isto dizer que os pilotos e navegadores inscritos no campeonato podem abdicar de participar em duas provas que integram o calendário, situação que tanto pode ‘beneficiar’ quem decida começar mais tarde a competir (há equipas que por razões de atraso na implementação do projecto, apenas vão iniciar a época em Santana…), como, por outro lado, quem resolver, por qualquer razão, ‘guardar’ o carro mais cedo na garagem. E sabemos que isso acontece, não raras vezes, com as equipas que alcançam (ou falham) antecipadamente os seus objectivos, ou por outro lado atingem o limite do seu orçamento para a época.

Esta decisão da FPAK acaba por ir ao encontro das pretensões dos pilotos, que desde há muito tempo consideravam existir um elevado número de provas no campeonato, sobretudo quando vigorava o artigo 13.4.2 das Prescrições Gerais de Automobilismo e Karting, que impedia de considerar uma não participação numa qualquer prova, como um dos piores resultados a descartar. E que, por isso, obrigava os pilotos ou equipas a estarem à partida em todos os ralis. Esse artigo não consta do regulamento deste ano, tal como não constava no ano passado, deixando os concorrentes com maior à-vontade para a gestão da época.

Mas como nestas coisas não se pode agradar a todos, a decisão federativa não é, de todo, bem vista por (alguns) clubes organizadores, nomeadamente aqueles que por conta do escalonamento do campeonato ficam com as suas provas para o fim. No calendário de 2025 a ‘sina’ das últimas provas caiu ao Rali Municípios de Câmara de Lobos e Funchal, sétimo e penúltimo rali, e ao Rali Porto Santo, que encerra a temporada. Que podem correr o risco de ter baixas importantes nas suas provas, bastando para tal que (alguns) campeonatos já se encontrem decididos ou alguns pilotos ou equipas entendam antecipar o fecho da época. Mesmo que se saiba que, na maioria dos casos, há compromissos com os patrocinadores que obrigam a honrar a presença na totalidade das provas.

Para se fazer o devido enquadramento importa voltar um pouco atrás, ao início da temporada 2024, campeonato que arrancou com sete provas e com um regulamento que contemplava outras tantas pontuações. Ou seja, os concorrentes estavam obrigados a participar na totalidade das provas para poderem pontuar. Só que, já depois do Clube Automobilístico 100 à Hora da Madeira ter anunciado a mudança do seu rali do Faial para o Porto Santo, avançando com uma data no final do mês de Novembro, a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) decidiu alterar o regulamento, reduzindo o número de resultados obrigatórios de sete para seis e deixando de fora o tal artigo 13.4.2 das Prescrições Gerais de Automobilismo e Karting.

Por sorte, para o clube organizador, para o município do Porto Santo, seus habitantes, empresários e patrocinadores da prova, mas também para os amantes do automobilismo de uma forma geral, à data da ida da prova para a estrada alguns campeonatos estavam ainda por decidir, com particular ênfase para o absoluto, o que ‘obrigou’ à presença de vários pilotos na ilha, entre os quais os grandes protagonistas da luta pelo título. Vamos a ver o que acontece este ano!