Eu Voto! O apelo da escritora e artista plástica Irene Lucília Andrade
Apesar de estado do mundo, do desencanto que alguns de nós acusamos pelas convulsões que testemunhamos à nossa volta, precisamos de cuidar dos nossos valores, porque sobre isso temos uma palavra a dizer.
Já todos sabemos que votar é um direito e mal de nós se recusássemos os direitos que temos. Mas também, ter de votar é um apelo à nossa consciência de dever.
Somos cidadãos do mundo, mas antes de disso somos pessoas cívicas com responsabilidades na nossa cidade e no nosso país. Somos parte da sociedade e do Estado e não podemos alhear-nos dos interesses comuns que determinam o dia a dia da nossa vida colectiva.
O desenvolvimento da civilização fixou-nos um território onde nascemos e vivemos e aí se opera toda a nossa educação, num ambiente de comunidade, onde determinadas regras constituem uma base de convivência no respeito pelo diálogo construtivo que conduza à boa escolha dos sistemas governativos. E se, felizmente, vivemos numa democracia, temos de conhecer as suas características, pugnar por elas e dar-lhes o nosso voto.
É isto que fazemos quando nos apelam à escolha de quem achamos que deve governar a cidade ou o país. Teremos brevemente que fazê-lo. Todos somos livres de decidir, sobre a comparência às urnas que nos é solicitada.
É bom que sejamos presentes e afirmemos, por voto secreto, a nossa escolha. Ganhamos assim uma oportunidade de que a nossa palavra conte e acrescente o cômputo final. Porque o voto é uma espécie de carimbo daquilo que pensamos a confirmar o que desejamos.