Papa lamenta aprovação de lei sobre suicídio assistido no seu estado natal de Illinois (EUA)
O Papa Leão XIV declarou-se terça-feira "muito desapontado" com a aprovação, no seu estado natal de Illinois (Estados Unidos), de uma lei que permite o suicídio assistido por médicos, e apelou a maior respeito pela vida.
Leão disse ter falado "explicitamente" com o governador JB Pritzker, instando-o a não promulgar a lei, tal como o cardeal de Chicago, Blase Cupich.
"Fomos muito claros sobre a necessidade de respeitar a sacralidade da vida do princípio ao fim e, infelizmente, por diferentes razões, (Pritzker) decidiu promulgar esta lei", disse Leão aos jornalistas à saída da sua casa de campo em Castel Gandolfo, a sul de Roma.
"Estou muito desapontado com isso", sublinhou.
As seis dioceses católicas do estado criticaram a assinatura da lei por Pritzker, afirmando que coloca o Illinois "num caminho perigoso e doloroso".
Pritzker promulgou a 12 de dezembro a legislação, também conhecida como "Lei de Deb" em homenagem a Deb Robertson, uma residente do estado que vive com uma doença terminal rara.
Esta pressionou para a aprovação da medida e testemunhou sobre o sofrimento das pessoas e suas famílias que desejavam ter a oportunidade de decidir por si próprias como e quando as suas vidas deveriam terminar.
Pritzker, democrata, disse ter ficado comovido com histórias de doentes que sofriam de doenças terminais.
Onze outros estados norte-americanos e o Distrito de Columbia permitem o suicídio assistido por médicos, de acordo com o grupo de defesa Death With Dignity.
O Delaware foi o último a legalizar a prática, com nova legislação a entrar em vigor a 01 de janeiro de 2026, e outros sete estados estão a considerar idênticas medidas.
Contra o suicídio assistido, o Papa Leão, que cresceu em Chicago, citou os ensinamentos católicos que pregam a defesa e a proteção da vida desde a conceção até à morte natural, proibindo o aborto e a eutanásia.
"Convido todas as pessoas, especialmente nestes dias de Natal, a refletirem sobre a natureza da vida humana, a bondade da vida humana", disse o pontífice.
"Deus fez-se homem como nós para nos mostrar o que significa realmente viver uma vida humana, e espero e rezo para que o respeito pela vida volte a crescer em todos os momentos da existência humana, desde a conceção até à morte natural", adiantou.