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Polícia australiana conclui que autores do massacre de Sydney treinaram no país

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Foto EPA/DEAN LEWINS

A polícia australiana concluiu que os dois agressores do ataque antissemita na praia de Bondi, em Sydney, treinaram na Austrália antes do massacre de 14 de dezembro, que deixou 15 mortos, de acordo com documentos judiciais divulgados hoje.

De acordo com os documentos da investigação, a polícia também encontrou um vídeo num telemóvel no qual Sajid e Naveed Akram, pai e filho autores do massacre, estão sentados diante de uma bandeira do grupo extremista Estado Islâmico, recitam uma passagem do alcorão e criticam os "sionistas".

O agressor que ficou ferido, Naveed Akram, foi entretanto transferido do hospital onde estava a ser tratado para uma prisão, informou hoje a polícia. O pai de Naveed foi abatido pela polícia no dia do massacre.

Ainda de acordo com os documentos da investigação hoje revelados, Sajid e Naveed Akram também fizeram "reconhecimentos" na praia de Bondi, nos arredores de Sydney, alguns dias antes do massacre.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, apelou hoje ao apoio dos partidos representados no Parlamento australiano para instituir "uma infração agravada para discursos de ódio" e outras leis relacionadas.

"Não vamos deixar que os terroristas inspirados pelo grupo Estado Islâmico vençam. Não vamos deixar que dividam a nossa sociedade e vamos superar esta provação juntos", disse Albanese em declarações aos jornalistas.

O chefe do Governo federal denunciou o ataque em Bondi como um ato "terrorista antissemita", perpetrado por homens inspirados pela "ideologia do ódio", e motivados pela "ideologia do grupo Estado Islâmico".

Um veículo encontrado perto da praia de Bondi, registado em nome de Akram, continha duas bandeiras do EI e engenhos explosivos improvisados, segundo a polícia, em informações difundidas logo após o ataque.

O governo do estado de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney, apresentou hoje o que qualificou como "as reformas mais rigorosas do país em matéria de armas de fogo", que reduzem o número de armas autorizadas para quatro por indivíduo. Pessoas isentas de autorização de posse de arma, como os agricultores do imenso país rural, poderão possuir até dez armas.