Trump diz que negociação com Moscovo "não é uma situação fácil"
O Presidente norte-americano, Donald Trump, sublinhou hoje que representantes de Washington vão tentar resolver o conflito na Ucrânia e afirmou que "não é uma situação fácil".
"O nosso pessoal está na Rússia neste momento para ver se conseguimos resolver isto. Não é uma situação fácil, devo dizer-vos. Que desastre", declarou durante uma reunião com o seu executivo na Casa Branca, referindo-se ao encontro do enviado especial, Steve Witkoff, e do seu genro, Jared Kushner, com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo.
De acordo com imagens transmitidas pela televisão russa, Putin estava acompanhado na reunião pelo seu conselheiro diplomático Yuri Ushakov e pelo seu emissário para questões económicas internacionais, Kirill Dmitriev.
Os Estados Unidos apresentaram há 10 dias um primeiro projeto de 28 pontos considerado muito favorável a Moscovo, redigido sem Kiev e os aliados europeus.
O plano, destinado a pôr fim ao conflito desencadeado pela ofensiva russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, foi alterado substancialmente após reuniões de Washington com ucranianos e europeus.
A proposta foi de novo trabalhada a nível bilateral no domingo, na Florida, entre delegações presididas pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, e pelo negociador ucraniano Rustem Umerov.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que está "à espera de sinais" da delegação norte-americana após as suas reuniões na capital russa.
"Eles pretendem informar-nos diretamente imediatamente após essas reuniões. Os próximos passos dependerão desses sinais", adiantou.
"Se houver jogo limpo com os nossos parceiros, se for percebido como tal, talvez então nos possamos reunir muito em breve. Veremos a que nível", acrescentou Zelensky, que se declarou disposto, nesse caso, a encontrar-se cara a cara com Trump.
"Estou preparado. Tudo depende das negociações de hoje", sublinhou.
Zelensky comentou as negociações entre norte-americanos e russos após ter discursado no parlamento irlandês, onde afirmou que Kiev precisa de "uma paz digna".
Tratou-se da primeira visita de Estado de um Presidente da Ucrânia à Irlanda desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.