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A Guerra Mundo

Zelensky admite esquecer adesão à NATO a troco de garantias de segurança ocidentais

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O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky admitiu hoje, na Alemanha, deixar cair a candidatura do país à NATO como contrapartida por garantias de segurança do Ocidente, mas rejeitou a pressão dos EUA para ceder territórios à Rússia.

Em resposta aos jornalistas através do WhatsApp à chegada à Berlim para uma reunião, ladeado pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, com os enviados dos EUA Steve Witkoff e Jared Kushner para as negociações de paz na Ucrânia, Volodymyr Zelensky sublinhou que, uma vez que os EUA e alguns países europeus rejeitaram a pretensão da Ucrânia de aderir à NATO, Kiev espera que o Ocidente dê garantias de segurança similares às oferecidas aos membros da Aliança.

"Estas garantias de segurança são uma oportunidade para prevenir outra onda de agressão russa", sustentou, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), garantindo que tal "é já um compromisso" por parte da Ucrânia.

O Presidente ucraniano acrescentou que estas garantias de segurança teriam de ser legalmente vinculadas e aceites pelo Congresso norte-americano.

No entanto, Volodymyr Zelensky rejeitou, sem hipóteses de ser trabalhada, a proposta dos EUA para que a Ucrânia se retire da região oriental de Donetsk e seja ali criada uma zona económica livre desmilitarizada.

"Não considero justo, porque quem vai gerir esta zona económica", frisou, questionando: "Se as tropas ucranianas recuarem cinco, dez quilómetros, por exemplo, então por que é que as tropas russas não recuam mais profundamente nos territórios ocupados na mesma distância?"

O chefe de Estado reiterou que a questão é" muito sensível" e insistiu num congelamento ao longo da atual linha de contacto no território.

As conversações de hoje decorrem antes da realização na segunda-feira de uma cimeira convocada pelo chanceler alemão entre vários líderes europeus, das instituições comunitárias e da NATO.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, desde então, a guerra já custou dezenas de milhares de vidas civis e militares aos dois países, segundo várias fontes.