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Madeira

Madeira regista uma das "melhores greves gerais dos últimos anos"

USAM dá conta de uma "forte adesão" à paralisação com grandes constrangimentos para diversos sectores

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Foto Rui Silva / ASPRESS

A União dos Sindicatos da Região Autónoma da Madeira, que está a coordenar a greve geral desta quinta-feira, 11 de Dezembro, destaca que a Madeira regista uma das "melhores greves gerais dos últimos anos" com uma forte adesão" à paralisação que tem provocado grandes constrangimentos em diversos sectores.

Durante a manifestação que decorre desde as 10h30 junto à Assembleia Legislativa da Madeira, o coordenador regional da frente sindical, Alexandre Fernandes, congratulou-se com a mobilização dos trabalhadores madeirenses, manifestando "orgulho", mas também "tristeza" pelo facto de "ter de ir para a luta" contra o anteprojecto de lei ‘Trabalho XXI’ da reforma da legislação laboral apresentado pelo Governo da República.

"Camaradas, nós temos hoje, na nossa Região, provavelmente, uma das melhores greves gerais dos últimos anos", disse perante a presença de mais de uma centena de grevistas de diversas frentes sindicais. 

Entre os impactos da greve, Alexandre Fernandes mencionou que a forte adesão tem condicionado o serviço de diversos sectores, nomeadamente a Loja do Cidadão com vários balcões encerrados, o entreposto frigorifico do Caniçal "muito condicionado", inúmeras escolas e infantários encerradas em São Vicente, no Funchal, em Câmara de Lobos, Ribeira Brava, entre outros concelhos da Região. Os transportes públicos e o serviço de água e resíduos também registam paralisações. 

Além disso, o sector da Saúde está "com muitas restrições, a trabalhar praticamente com os serviços mínimos", revelou Alexandre Fernandes, apontando que "as consultas externas do Hospital Dr. Nélio Mendonça está sem serviço, o bloco operatório trabalha apenas nos serviços de urgência".

Ainda no sector público, o sindicalista deu nota da paralisação da tesouraria do Instituto de Segurança Social da Madeira, assim como dos trabalhadores do Tribunal Administrativo e Fiscal, que está encerrado. 

No campo da informação, destacou a adesão dos trabalhadores da RTP, serviço televisivo e de rádio que ficou "muito condicionado". 

Já nos serviços privados, referiu a adesão à greve pelos trabalhadores da assistência técnica da NOS Madeira e da companhia de seguro de Fidelidade, que está encerrada. 

Esta é uma luta que nos honra e que muito nos enche de orgulho. De facto, contra tudo e contra todos, esta jornada de luta que ainda continua.  Alexandre Fernandes

Já em declarações à comunicação social, o dirigente sindical explicou que entre as preocupações referentes ao novo pacote laboral proposto pelo Governo da República constam "a implementação do banco de horas, a implementação do despedimento sem justa causa, a eliminação do direito à contratação colectiva", entre outras. 

Após a manifestação, a USAM entregou uma moção, que foi aprovada em Conselho Regional, nos serviços da Assembleia Legislativa, do Governo Regional e do Representante da República para a Região.

Agora, disse, "a bola passa para o governo", que deverá "retirar as medidas de alteração à legislação laboral de cima da mesa", defendeu, admitindo que espera o apoio dos partidos políticos com assento parlamentar "para levar as preocupações dos trabalhadores para a Assembleia da República e para o Governo da República".

A manifestação da USAM contou com o apoio do Partido Socialista, do Partido Comunista Português, do Bloco de Esquerda e do Alternativa Democrática Nacional na Madeira, que se fizeram representar com os dirigentes, militantes e, no caso do PS, com os deputados regionais.