Novo levantamento do segredo judicial no caso Epstein
Um juiz federal norte-americano ordenou hoje, pela terceira vez em poucos dias, a quebra do segredo judicial no caso de crimes sexuais de Jeffrey Epstein, que continua a contaminar a vida política dos Estados Unidos.
A decisão do juiz Richard Berman, de Nova Iorque, prende-se com os pormenores do processo iniciado em julho de 2019 contra o consultor financeiro nova-iorquino, o mais grave caso contra ele, por exploração sexual de menores.
Esse processo não foi concluído devido ao suicídio de Epstein na prisão, em agosto do mesmo ano.
Na terça-feira, outro juiz federal de Nova Iorque tinha ordenado a quebra do sigilo, desta vez no processo contra Ghislaine Maxwell, cúmplice de Jeffrey Epstein, e o mesmo ocorreu na semana passada com um juiz da Florida, a propósito de documentos do primeiro julgamento de Epstein, em 2008.
Estas três decisões de tornar públicos depoimentos recolhidos por um grande júri, cuja confidencialidade é normalmente extremamente protegida nos Estados Unidos, assentam na recente aprovação de uma lei destinada a garantir uma maior transparência neste caso.
A nova lei exige que o Departamento de Justiça divulgue, até 19 de dezembro, todos os documentos não-confidenciais na sua posse referentes à consultora financeira nova-iorquina Ghislaine Maxwell, a cumprir uma pena de 20 anos de prisão, e a todas as pessoas envolvidas nos processos judiciais.
O diploma foi aprovado pelo Congresso e promulgado pelo Presidente, Donald Trump, que ao início se lhe opôs vigorosamente.
Não há, contudo, qualquer garantia de que estes novos documentos contenham novas revelações e, embora o prazo tenha sido definido para 19 de dezembro, ainda não é claro exatamente quando e como divulgará o Departamento de Justiça todos estes documentos.
A morte de Jeffrey Epstein, encontrado enforcado na sua cela em Nova Iorque a 10 de agosto de 2019, antes de outro julgamento por crimes sexuais, alimentou numerosas teorias da conspiração, segundo as quais foi assassinado para encobrir um escândalo que envolvia figuras públicas de primeiro plano.
Donald Trump, que durante meses prometeu à sua base de apoiantes revelações explosivas sobre este caso, desiludiu-os ao instá-los a esquecerem o assunto, classificando agora o caso como "uma farsa" orquestrada pelos seus adversários democratas.