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Madeira

Chega debate futuro da pesca do atum na Madeira no Parlamento Europeu

Miguel Castro reuniu-se, esta semana, com o eurodeputado Tânger Corrêa, da Comissão das Pescas

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“A Madeira tem recursos naturais de enorme valor, mas continua limitada por quotas insuficientes que não reflectem nem a nossa realidade geográfica, nem a sustentabilidade comprovada da nossa frota”. A posição foia ssumida por Miguel Castro, líder parlamentar do Chega-Madeira, que esta semana este reunido com com o eurodeputado Tânger Corrêa, da Comissão das Pescas do Parlamento Europeu, para analisar a situação das pescas na Região Autónoma da Madeira, com destaque para as quotas de tunídeos, nomeadamente atum-rabilho e atum-patudo.

O encontro contou também com a presença de Mafalda Freitas, em representação do euro deputado do PSD, Paulo Nascimento Cabral, que reforçou a relevância estratégica do sector para o futuro económico do arquipélago.

Numa nota remetida esta manhã às redacções, o deputado recorda que “tanto o atum-patudo como o atum-rabilho têm registado presenças significativas nas águas madeirenses, mas que a região permanece condicionada por uma distribuição de quota que não atende às suas necessidades”.

Segundo a mesma nota, ao longo do encontro no Parlamento Europeu, “foi sublinhada a natureza pelágica dos tunídeos, espécies que enriquecem naturalmente os mares da Madeira e que há décadas sustentam comunidades piscatórias inteiras”.

Foi também salientado que “a pesca de tunídeos na Madeira se distingue por ser uma das mais sustentáveis da Europa, assente na arte tradicional de salto-e-vara, altamente seletiva e praticamente isenta de captura acessória”.

“A Madeira faz pesca sustentável antes de Bruxelas ter inventado a palavra sustentabilidade. Por isso não aceitamos ser penalizados por modelos de gestão que desconhecem a nossa realidade”, reforçou Miguel Castro.

No que diz respeito às quotas, os participantes foram unânimes ao reconhecer que a quantidade actualmente disponível para o arquipélago é manifestamente insuficiente. O caso do atum-patudo é particularmente preocupante, com limitações que encurtam artificialmente a época de pesca, prejudicando pescadores, armadores e toda a cadeia económica associada. Quanto ao atum-rabilho, cuja recuperação populacional tem sido amplamente reconhecida, foi defendido que é tempo de Portugal reivindicar em Bruxelas um reforço substancial da quota, garantindo que a Madeira possa beneficiar deste recurso que valoriza de forma exemplar.

Durante a reunião, Tânger Corrêa foi claro no alerta sobre os efeitos perversos de algumas políticas europeias. Segundo o eurodeputado, “em nome de uma ecologia mal aplicada estamos a matar o sector primário e a empobrecer deliberadamente as comunidades que dele dependem”.

Para Miguel Castro, “esta afirmação não podia ser mais acertada”: “É urgente corrigir esta abordagem. Bruxelas tem de reconhecer que a Madeira pratica uma pesca responsável, sustentável e vital para a sua economia. Precisamos de mais quota para garantir o presente e o futuro das nossas comunidades piscatórias”, reiterou.

Miguel Castro manifestou igualmente preocupação com a falta de adequação das quotas às características da Madeira, sublinhando a necessidade de uma posição unida na defesa do sector. Ambos os deputados regionais assumiram o compromisso de “trabalhar em articulação com o Parlamento Europeu para assegurar que a Madeira obtenha uma quota de tunídeos justa, coerente com a riqueza dos seus mares e com o contributo que a região presta ao setor primário nacional”.

A reunião terminou com a reafirmação da urgência em aumentar as quotas de atum atribuídas à Madeira.