Autoridades dos EUA detêm 3º adepto do Estado Islâmico acusado de planear ataques anti-LGBTQ+
As autoridades norte-americanas anunciaram a detenção de um terceiro jovem que, alegadamente sob influência da ideologia do Estado Islâmico, se envolveu num plano de ataques terroristas anti-LGBTQ+ na cidade de Detroit (norte), que envolveu a compra de armas automáticas e munições.
Ayob Nasser, de 19 anos, foi detido na quarta-feira, sob acusação de ter visitado um parque de diversões na região para avaliar o local no âmbito do planeamento de possíveis ataques, anunciou a procuradoria federal.
O irmão de Nasser, Mohmed Ali, foi acusado na segunda-feira, juntamente com Majed Mahmoud, ??de conspiração para fornecer apoio material e recursos a uma organização terrorista designada e de receber e transferir armas e munições para fins terroristas, de acordo com documentos judiciais.
Ambos haviam sido detidos na sexta-feira pelas autoridades, que identificaram ainda dois menores alegadamente envolvidos no caso.
"Não vamos parar. Seguiremos os tentáculos onde quer que eles nos levem. Continuaremos a zelar contra o terrorismo juntamente com o FBI", disse em comunicado o procurador federal Jerome F. Gorgon Jr..
Ali e Mahmoud tinham adquirido armas de elevado calibre e estavam a praticar tiro, enquanto observavam bares LGBTQ+ nos subúrbios de Detroit para um possível ataque, de acordo com uma queixa criminal de 72 páginas divulgada num tribunal federal.
Numa breve sessão na segunda-feira em tribunal, Ali e Mahmoud foram acusados de receber e transportar armas e munições para fins terroristas e permanecerão sob custódia pelo menos até nova audiência a 10 de novembro.
Os dois indivíduos tinham diversos cúmplices, incluindo um menor profundamente envolvido nas discussões, e foram inspirados pelo extremismo do grupo Estado Islâmico, segundo os investigadores.
Antes de efetuarem as detenções na sexta-feira, os agentes do polícia federal de investigação (FBI, na sigla em inglês) monitorizaram-nos durante semanas, incluindo com uma câmara num poste no exterior de uma casa em Dearborn, de acordo com o processo judicial.
Os investigadores tiveram ainda acesso a 'chats' encriptados e outras conversas, além de monitorizarem publicações nas redes sociais.
Os alvos estudados por Ali e Mahmoud seriam bares LGBTQ+ na zona de Ferndale.
O advogado de Mahmoud, William Swor, recusou comentar o caso, e advogado de Ali, Amir Makled, afirmou à AP que as acusações eram resultado de "histeria" e "alarmismo".
Mahmoud tinha comprado recentemente mais de 1.600 cartuchos de munições que podiam ser utilizadas em espingardas do tipo AR-15, e ambos estavam a praticar tiro, segundo os investigadores.
Nas buscas em casas em Dearborn e num armazém alugado por Ali na cidade vizinha de Inkster, foram encontrados coletes e mochilas táticas, espingardas do tipo AR-15, munições, pistolas carregadas e câmaras GoPro, informou o FBI.
O FBI afirmou que nas suas conversas os homens se referiam repetidamente a "abóboras", uma alusão a um ataque no Halloween.
O processo judicial refere que um cúmplice menor consultava regularmente o pai de um "ideólogo extremista islâmico local" sobre quando praticar uma "boa ação".
O diretor do FBI, Kash Patel, anunciou detenções na sexta-feira, mas na altura não foram divulgados quaisquer detalhes.
Este é o segundo caso desde maio envolvendo alegados planos na região de Detroit em nome do grupo Estado Islâmico.
O FBI informou ter detido um homem que passou meses a planear um ataque contra uma base do Exército norte-americano em Warren.
O acusado, Ammar Said, declarou-se inocente e permanece sob custódia.
Situada na zona metropolitana de Detroit, Dearborn é considerada uma das cidades dos Estados Unidos com maior proporção de muçulmanos, também concentrados noutras zonas do estado do Michigan.