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EUA colaboram "estreitamente" com Trindade e Tobago face a crise com Venezuela

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Foto Shutterstock

O chefe do Estado-Maior Conjunto norte-americano, Dan Caine, afirmou que os Estados Unidos "continuarão empenhados em trabalhar em estreita colaboração" com Trindade e Tobago em questões regionais, enquanto persistem as tensões entre Washington e a Venezuela.

Segundo comunicado divulgado esta quarta-feira pelo porta-voz do Estado-Maior Conjunto norte-americano, a reunião de terça-feira entre Caine e a primeira-ministra de Trindade e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, visou reforçar a "estabilidade e a unidade regional" e a "sólida" relação entre os dois países.

Caine e Persad-Bissessar, referiu a mesma fonte, "trocaram ideias sobre os desafios enfrentados pela região das Caraíbas, incluindo os efeitos desestabilizadores do tráfico de droga, de armas e de pessoas, e as atividades de organizações criminosas transnacionais".

"O General Caine expressou a sua admiração a Trindade e Tobago pela sua liderança contínua e colaboração no avanço de objetivos comuns e reafirmou o compromisso dos Estados Unidos em trabalhar em estreita colaboração (...) para abordar conjuntamente as ameaças e reforçar a cooperação nas Caraíbas", adiantou.

Caine chegou a Trindade e Tobago na manhã de terça-feira, vindo de Porto Rico, onde se reuniu com um batalhão de soldados norte-americanos que realizam exercícios militares na ilha caribenha.

Nas redes sociais, Persad-Bissessar descreveu o encontro com Caine como "excelente", sublinhando que o seu país e os Estados Unidos "continuam a partilhar e a manter uma forte aliança".

Trindade e Tobago, perto da costa da Venezuela, está esta semana a acolher exercícios militares da Marinha norte-americana, apoiando Washington no seu atual destacamento nas Caraíbas.

Na semana passada, Persad-Bissessar defendeu os exercícios militares, embora tenha afirmado que o seu país "não será utilizado para lançar qualquer ataque contra o povo da Venezuela".

No entanto, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou Persad-Bissessar por "hipotecar" o seu país para "ameaçar a Venezuela".

A visita de Caine acontece também a pedido do Presidente norte-americano, Donald Trump, para aumento da presença militar no Mar das Caraíbas para combater cartéis de droga na região.

A presença militar no Mar das Caraíbas foi reforçada este domingo com o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior da frota norte-americana, aumentando ainda mais as tensões regionais.

Nos últimos meses, a administração Trump intensificou a sua ofensiva contra os cartéis latino-americanos, que considera organizações terroristas e contra os quais declarou o estado de "conflito armado direto", sob o pretexto de combater o narcotráfico.

O aumento das tensões começou em agosto com o envio de navios militares norte-americanos para as Caraíbas e alastrou para as águas do Pacífico numa ofensiva ordenada pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, e denominada "Operação Lança do Sul".