Organização dos Estados Americanos pede "contenção" à Venezuela e aos Estados Unidos
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Albert Ramdin, apelou à "contenção" dos Estados Unidos e da Venezuela e à resolução pacífica dos diferendos entre os dois países.
Numa conferência de imprensa na terça-feira, Ramdin sublinhou que apoia a luta contra o crime organizado, mas insistiu que esta deve ser conduzida em conformidade com o "direito internacional" e que não quer uma guerra na região.
Os Estados Unidos deslocaram para as Caraíbas o maior porta-aviões do mundo, acompanhado de navios de guerra, oficialmente para operações contra o tráfico de drogas, visando particularmente a Venezuela.
Washington realizou cerca de vinte ataques aéreos contra barcos de alegados narcotraficantes, matando pelo menos 83 pessoas.
Donald Trump autorizou ações clandestinas da CIA na Venezuela e lembrou que não excluía uma intervenção militar, garantindo ao mesmo tempo que iria falar com o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
As autoridades venezuelanas afirmam que o destacamento militar americano na região é um pretexto para derrubar Maduro e apoderar-se das reservas petrolíferas do país.
Albert Ramdin afirmou esperar que ambos os países "ajam com contenção e assegurem que outras vias possam ser encontradas diplomaticamente, por negociações, para resolver os seus problemas".
"Todos apoiam a luta contra o crime organizado transnacional" que tem "um impacto devastador", frisou Ramdin.
Mas "devemos fazer estas coisas, conduzir estes ataques, no contexto do direito internacional e também dos direitos humanos, mas também com provas", adiantou, enquanto muitos especialistas questionam a legalidade dos ataques norte-americanos em águas estrangeiras ou internacionais.
"Nós não queremos nenhuma guerra no nosso hemisfério [ocidental, que cobre todo o continente americano]. A paz é realmente, no fim, aquilo que todos neste hemisfério desejam. Ninguém ganha numa guerra", afirmou o secretário-geral da OEA.