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Assembleia Legislativa Madeira

Paulo Cafôfo destaca a importância dos imigrantes em Portugal

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"Como democratas só podemos concordar que se assinale o 25 de Novembro, até porque, a vitória no 25 de Novembro foi a consolidação e a garantia dos objetivos do próprio 25 de Abril", afirmou Paulo Cafôfo. 

O líder socialista fez uma intervenção em que lembrou o papel dos militares de Novembro, mas também dos políticos que tiveram papel decisivo.

"Se é verdade que a ação militar conduzida pelo general Ramalho Eanes, apoiada pelos militares do chamado “Grupo dos Nove”, foi absolutamente determinante, também é verdade que foi o Partido Socialista que nas ruas, “quem tomou a iniciativa política, quem liderou o combate”, afirmou.

Cafôfo dedicou a maior parte do seu discurso a um tema central da política actual, a imigração e dirigiu-se à extrema-direita e ao Chega.

"É inadmissível ouvir quem, da extrema-direita, ameaça este legado ao dizer que 'seriam precisos três Salazares', banalizando a ditadura e atacando os pilares da liberdade. Ainda mais grave é que esse discurso venha de um líder que passa a vida a denegrir o sistema democrático, mas que não hesita em se candidatar a todos os cargos possíveis dentro desse mesmo sistema.

O deputado socialista abordou a questão da imigração, lembrando "todos aqueles que chegam de outras latitudes, trabalham, pagam impostos, constroem as nossas casas, o novo hospital e outras Infraestruturas, servem os nossos turistas, assegurando o sucesso do destino Madeira, fazem com que a comida nos chegue a casa através de estafetas, nos levem de um lado para outro em transporte ou que importantes serviços continuem a funciona"r.

Os imigrantes que escolhem Portugal, sublinhou, "merecem exactamente o mesmo respeito que exigimos para os nossos quando, em tempos difíceis, tiveram de partir para a Venezuela, África do Sul, Reino Unido, Brasil ou Austrália".

A maior mentira de todas, afirma, "é a de que os imigrantes são um peso e vêm para cá para receberem subsídios e apoios sociais. É falso.  Os imigrantes contribuem mesmo para a sustentabilidade do sistema social português. Em 2024 os imigrantes contribuíram com 3,6 mil milhões de euros para a segurança social. Mas mais, os valores que os imigrantes deixam nos cofres da segurança social, é cinco vezes superior ao que recebem em prestações sociais".

Os dados, lembra Cafôfo, "mostram que, se os imigrantes deixassem de fazer descontos, a Segurança Social perderia 12,43% das receitas, obrigando cada português a pagar mais 10,3% de contribuições".

Se a imigração acabasse de vez, não tem dúvidas, "a carga fiscal, os impostos que pagamos, teria de subir de 35,2% para 43,1% do PIB. Um aumento brutal que cairia sobre todos nós. Se não estamos, efetivamente, a pagar mais, agradeçam aos imigrantes".

Os imigrantes "são um pilar financeiro do Estado, não um fardo. Ajudam mesmo a “máquina” do Estado a funcionar, aquela que nos permite ter hospitais e escolas a funcionar e outras funções essenciais".

Também na segurança, os números são claros. "A Polícia Judiciária é clara: o rácio de estrangeiros detidos por crimes graves está entre os mais baixos dos últimos quinze anos. Isto apesar de Portugal ter hoje mais de um milhão de residentes estrangeiros".