Centenas de antigos universitários portugueses vão encontrar-se em Londres
O primeiro encontro dedicado a antigos alunos de universidades portuguesas residentes no Reino Unido vai juntar mais de 200 pessoas na quarta-feira em Londres com o objetivo de promover contactos e criar redes profissionais na diáspora.
A larga maioria (68%) são antigos alunos do Instituto Superior Técnico, Universidade Católica Portuguesa e Universidade Nova de Lisboa, estabelecimentos que deram um apoio especial à organização.
No entanto, o evento foi aberto para incluir o máximo número de participantes, pelo que vão estar presentes antigos alunos portugueses de quinze universidades estrangeiras, incluindo as britânicas Imperial College, King's College, Cambridge e Cardiff.
Promovido pela Associação dos Investigadores e Estudantes Portugueses no Reino Unido (PARSUK), o encontro surgiu de uma iniciativa conjunta da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido.
"O objetivo é as pessoas conhecerem-se, fazerem contactos dentro da comunidade portuguesa no Reino Unido num ambiente informal", salientou a coordenadora de desenvolvimento profissional da PARSUK, Maria Carmona Gouveia, em declarações à agência Lusa.
O nascimento de uma rede profissional portuguesa no Reino Unido pode abrir oportunidades de colaboração para a associação, nomeadamente para desenvolver um programa de mentoria que apoie o processo de inserção no mercado de trabalho.
"No passado, foram realizados programas de mentoria que conectaram portugueses em posições seniores a estudantes portugueses em universidades britânicas, para explicar os processos de progressão, sobretudo no meio académico", explicou.
Mas a transição para uma carreira profissional tornou-se mais urgente no contexto pós-Brexit devido às restrições em termos do novo sistema de imigração do Reino Unido.
"Muitos alunos portugueses vêm para estudar com grande esforço das famílias devido aos custos elevados das propinas internacionais e, após a conclusão do curso, precisam de obter emprego de imediato por razões financeiras e para cumprir os requisitos de visto", disse Gouveia.
Foi o caso desta assistente de investigação de 24 anos, que chegou a Londres em 2023 para completar um mestrado e procura agora financiamento para avançar para um doutoramento.
Os dados de inscrição indicam que 46% dos participantes trabalham no setor financeiro, 12% em engenharia e tecnologia, 17% em investigação científica e académica, 10% em comunicação e ciências sociais e 7% em saúde.
Mais de 50 participantes exercem cargos de direção, docência universitária ou gestão sénior em empresas e instituições no Reino Unido, incluindo em bancos como JP Morgan, Nomura e Goldman Sachs.