Banca mais receptiva ao crédito das empresas e das famílias madeirenses
Número de devedores das duas vertentes cresceu no 3.º trimestre de 2025 face ao mesmo período de 2024
No final do 3.º trimestre de 2025, "o saldo do volume de empréstimos concedidos a Sociedades não Financeiras (SNF) era de 1.796,8 milhões de euros, mais 26,5 milhões de euros (+1,5%) que no final de Setembro de 2024", mas "menos 21,9 milhões (-1,2%) que em Junho de 2025", enquanto que "no sector das Famílias e das Instituições sem Fins Lucrativos ao Serviço das Famílias (ISFLSF), assistiu-se a um aumento homólogo de 231,1 milhões de euros (+7,7%) no saldo dos empréstimos concedidos, que atingiu 3.216,5 milhões de euros no final do 3.º trimestre de 2025", analisa a DREM.
Os dados, disponibilizados pelo Banco de Portugal à Direção Regional de Estatística da Madeira, que hoje os divulga, revelam no caso das famílias e ISFLSF, "quando comparado o saldo atual com o do trimestre precedente, observa-se um aumento de cerca de 71,6 milhões de euros (+2,3%). A análise detalhada revela que 73,8% daquele saldo se referia ao segmento da habitação, enquanto os restantes 26,2% diziam respeito ao consumo e a outros fins".
Por outro lado, se "a percentagem de devedores do sector das SNF com empréstimos vencidos, no final de Setembro de 2025, era de 13,2%, valor abaixo da média nacional (14,5% no mesmo período)" e que "face a Setembro de 2024, este indicador diminuiu 0,4 p.p. na Região e 0,2 p.p. no País", já o "número de devedores do sector institucional das Famílias e ISFLSF cresceu face ao trimestre homólogo para os 104,2 mil (+1,5 milhares; +1,5%), dos quais 42,8 mil correspondiam a devedores com crédito à habitação (+0,2 milhares; +0,5%) e 89,0 mil a devedores com crédito para consumo e outros fins (+1,3 milhares; +1,5%)".
Olhando do prisma do denominado malparado ou 'rácio de crédito vencido', no caso das sociedades não financeiras, o panorama "não se alterou face ao final de Junho de 2025, mantendo-se em 1,0% no final de Setembro de 2025", ou seja apenas 1 em cada 100 não cumprem os prazos de pagamento acordados. "Contudo, em comparação com o trimestre homólogo, registou um aumento de 0,2 p.p. A nível nacional, este indicador fixou-se em 1,9% neste período, valor que se iguala ao do trimestre anterior, mas inferior ao observado no trimestre homólogo (-0,2 p.p.)". Assim, em valores, "o montante de crédito malparado das Sociedades não Financeiras com sede na Região situava-se, no período em referência, em 18,6 milhões de euros (+0,2 milhões de euros que em Junho passado e +3,8 milhões de euros face a Setembro do ano anterior)", valores que, contudo, ficam muito abaixo do que foi no passado.
Quanto às famílias e ISFLSF, "no trimestre em referência, o rácio de crédito vencido neste sector institucional situou-se em 0,8%, mantendo-se inalterado em termos homólogos, mas diminuindo quando comparado com o final de Junho de 2025 (-0,1 p.p.)", sendo certo que "no segmento da habitação, atingiu um novo mínimo de 0,1% (0,2% no País). Já no segmento do crédito ao consumo e outros fins ascendeu aos 2,8%, valor que supera em 0,3 p.p. o registado a nível nacional. Em termos homólogos, este rácio aumentou 0,3 p.p. na RAM, enquanto em Portugal recuou 0,2 p.p.", indicadores que justificam uma maior abertura da banca ao crédito, pois os rácios de incumprimento estão a níveis extremamente baixos.
"Relativamente aos empréstimos vencidos" nas famílias e ISFLSF, "os mesmos totalizavam 26,9 milhões de euros, 3,5 milhões de euros no segmento da habitação e 23,4 milhões de euros no consumo e outros fins. Em termos globais, registou-se uma variação homóloga de +7,2%, não se observando alterações face ao trimestre anterior", confirmam os dados.
Aliás, "a percentagem de devedores (famílias e ISFLF) com empréstimos vencidos na RAM situava-se, no final do 3.º trimestre de 2025, em 6,2% na RAM e 7,2% em Portugal. Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o rácio aumentou 0,1 p.p. na RAM e diminuiu 0,3 p.p. no País".
Já os depósitos, diz a DREM, "crescem nas Sociedades não Financeiras e nas Famílias, mas continuam em queda entre os emigrantes". E explica: "No final do 3.º trimestre de 2025, os depósitos das famílias e ISFLSF atingiram os 4.404,9 milhões de euros, correspondendo a um aumento homólogo de 5,5% e a uma subida trimestral de 0,5%", enquanto no "sector das SNF, os depósitos ascenderam a 2.045,7 milhões de euros, o que representa uma variação homóloga de +25,3% e um aumento de +6,0% face ao final do trimestre anterior".
Como referido, "o saldo de depósitos dos emigrantes manteve a tendência decrescente, fixando-se em 134,6 milhões de euros, no final de Setembro de 2025, traduzindo uma redução homóloga de 25,1% e uma diminuição trimestral de 9,7%", conclui a análise.