GEA Portugal regressa à Madeira após 20 anos para “reflectir o futuro do sector”
Organização atribuiu à Região o prémio 'GEA Destination'
Vinte anos depois de ter realizado na Madeira a sua primeira grande convenção, o Grupo GEA Portugal regressa ao Funchal para a 21.ª edição do encontro anual, reunindo mais de 600 agentes de viagens, operadores turísticos e parceiros estratégicos, durante todo o dia de hoje até 16 de Novembro.
Para Carlos Baptista, administrador da GEA Portugal, este regresso à ilha é “simbólico” e, ao mesmo tempo, "estratégico".
“É muito interessante perceber que, por coincidência, voltamos à Madeira 20 anos depois. O grupo passou estas duas décadas com distinção e achamos que é um bom presságio regressar agora para reflectir e projectar os próximos 20 anos”, afirmou.
O administrador sublinha que a Madeira reúne condições excepcionais para acolher o encontro, destacando a relação de proximidade que o destino mantém com o comércio nacional. “A Madeira faz um trabalho extraordinário junto das agências e operadores turísticos. Sentimo-nos quase na obrigação de retribuir essa dedicação, trazendo para cá as nossas agências, companhias aéreas, operadores turísticos. Está cá o trade nacional todo”, reforçou.
O grupo representa actualmente cerca de 30% da distribuição turística em Portugal, com 660 pontos de venda em todo o país, incluindo ilhas, e cerca de 2.000 profissionais ligados às operações, movimentando mais de 400 milhões de euros em produto tradicional.
Sobre os desafios que marcam os próximos anos, Carlos Baptista reconhece que o sector atravessa um período de mudanças profundas. “O que nos trouxe até aqui não é o que nos vai levar pelos próximos 20 anos. Há mudanças sociais, políticas, económicas e uma transformação evidente no perfil do cliente”, salientou.
Segundo o administrador, as agências de viagem continuam a crescer, apesar da maior fragmentação dos canais de venda. “As agências são um hub tecnológico por excelência. Competimos em preço, em tecnologia e, sobretudo, em confiança e proximidade.”
Entre os agentes presentes na convenção, a opinião foi unânime e consideram que a Madeira continua a afirmar-se como um destino sólido e que se vende facilmente ao longo de todo o ano. Maria João Ortigão, da agência de viagens Personal Travel, destaca que o arquipélago “é um óptimo negócio”, apreciado pelos clientes pela proximidade, pelo clima e pela variedade de experiências que oferece, mantendo procura estável desde o verão até às épocas festivas. Maria João garantiu que as reservas para o Natal e Ano continuam fortes, apesar de preços mais elevados.
Também Jorge Lopes, da Escolher Destinos, reforça a atractividade permanente da Região, lembrando que a curta distância do continente e a elevada ocupação hoteleira reflectem uma procura consistente “de Janeiro a Dezembro”.
Quanto aos desafios do sector, o agente aponta a escassez de recursos humanos e o impacto crescente da inteligência artificial, que considera inevitável, embora sublinhe que as agências mantêm uma vantagem competitiva, nomeadamente "o acompanhamento directo ao cliente."
Eduardo Jesus, secretário regional do Turismo, Ambiente e Cultura, marcou presença no evento e salientou a importância do encontro para a Região. Recordou que o evento regressa à Madeira precisamente vinte anos depois de aqui ter decorrido pela primeira vez. “É uma convenção importante para a Madeira, sem dúvida. Trata-se do maior agrupamento nacional de agências de viagens e regressa ao local onde começou”, afirmou.