Paulo Cafôfo protesta porque a Madeira "não aparece como devia aparecer" no OE2026
"Somos uma Região que se habituou, ao longo de séculos, a conquistar com esforço aquilo que outros recebem por direito", começou por afirmar Paulo Cafôfo numa intervenção, no período antes da ordem do dia em que abordou o Orçamento do Estado no que diz respeito à Madeira.
"Custa mesmo, quando vemos a nossa Região ser tratada como nota de rodapé nos grandes planos nacionais. Quando vemos compromissos assumidos desaparecerem do Orçamento do Estado como se nunca tivessem existido", protesta o líder do PS-M.
Neste OE2026, diz, "a Madeira não aparece como devia aparecer. E quando a Madeira não aparece, não é por falta de necessidades. É por falta de reconhecimento".
Paulo Cafôfo dá exemplos como a ausência de ligação marítima regular, via Ferry, com o continente.
"Os madeirenses ficam a ver aviões, sem a nova plataforma do subsídio de mobilidade, que garantiria pagar apenas 79 euros por viagem e as populações que ficam mais desprotegidas sem o prometido segundo meio aéreo", sublinha.
Os agricultores madeirenses, afirma o líder socialista, são "discriminados relativamente aos açoreanos, pois a compensação do POSEI não chegou à Madeira" e os "jovens e tantas famílias que esperam uma casa que tarda em ser construída, pois há verbas que se ficam pelo continente".
"Uma Região inteira que vê compromissos assumidos desaparecerem. Não é apenas um erro político. É um desrespeito pelos madeirenses e pelos porto-santenses", protesta.
"Verificamos que o PSD é muito mais autonomista quando o Governo da República é do Partido Socialista. Durante anos, o PSD Madeira ergueu a voz, apontou o dedo, acusou falta de respeito pela nossa Região. Mas quando o PSD chega ao poder em Lisboa, esse autonomismo abranda", acusa
Este,. diz, é o momento de a Madeira falar "a uma só voz, não como socialistas ou sociais-democratas, não como partidos, mas como povo".
O deputado socialista enumerou as propostas apresentadas para alteração do OE2026 que estarão em discussão na Assembleia da República.
Paulo Cafôfo abordou um segundo tema, o Plano de Recuperação e Resiliência, "outro espelho das desigualdades e da falta de capacidade do Governo Regional. O PRR encontra-se entre a fraca execução regional e revisão nacional que volta a deixar a Madeira para trás". a taxa de execução do PRR na Madeira é inferior à média nacional. 2Enquanto o país já ultrapassou os 47%, a Região fica-se por cerca de 31%2.