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ADN pede investigação a alegadas sobredosagens de antipsicóticos em instituições de acolhimento de jovens

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O partido ADN – Alternativa Democrática Nacional veio, hoje, a público manifestar preocupação com alegadas situações de sobredosagem “acidental” de medicamentos antipsicóticos, designadamente de Risperidona, em instituições da Região Autónoma da Madeira onde se encontram crianças e jovens institucionalizados.

300 casos de sobredosagem de antipsicótico em crianças e jovens em quatro anos

Cerca de 300 casos de sobredosagem do antipsicótico Risperidona foram registados em crianças e adolescentes nos últimos quatro anos, segundo o Infarmed, que atribui a maioria das falhas a erros na utilização das seringas doseadoras/pipetas.

Segundo informações obtidas pelo ADN-Madeira, “existem sobredosagens ‘acidentais’ que podem ocorrer de forma intencional em algumas Associações (…) por forma a manter essa população, por vezes considerada problemática, em modo zen”, denuncia o partido em comunicado de imprensa.

O ADN reconhece que a acusação é "grave e não é fundamentada, pois não existem provas", embora refira “a existência de testemunhos de ex-funcionários” das referidas instituições.

“Como diz o povo, ‘aonde há fumo, há fogo’. E aonde há fogo tem de haver investigação das autoridades competentes”, lê-se na nota do ADN, que denuncia ainda um “sistema de intimidação” na ilha, alegando que “as testemunhas são coagidas e têm medo de denunciar”.

O ADN-Madeira sublinha que não está a fazer qualquer tipo de difamação, mas sim a apelar à actuação das autoridades e profissionais de saúde. “Mesmo que estas suspeitas venham a revelar-se infundadas, consideramos fundamental que haja averiguação idónea e séria”, defende a dirigente Carolina Martins, que assina o comunicado.

O partido faz um duplo apelo — por um lado, aos profissionais de saúde, recordando que apenas médicos podem prescrever medicamentos como a risperidona, “um antipsicótico usado em casos de esquizofrenia”, e apelando à formação dos cuidadores sobre a correta dosagem e sinais de sobredosagem.

Por outro lado, o ADN exorta as entidades inspectoras da Saúde a realizarem “colheitas de sangue aleatórias e de surpresa” nas instituições, com o objetivo de implementar “um sistema de fármaco-vigilância ativa e interessada”.

“Eu, Carolina Martins, como mãe, sinto-me na obrigação de zelar pelos filhos daqueles que não tiveram a sorte de ter uma família”, conclui a dirigente, reiterando o desejo de que “todas estas suspeitas sejam infundadas”.