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PCP diz que opções de Montenegro vão rebentar-lhe nas mãos

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O secretário-geral do PCP considerou hoje que as opções do primeiro-ministro presentes na proposta orçamental do Governo vão rebentar-lhe nas mãos a prazo, num discurso em que também criticou a viabilização do Orçamento pelo PS.

Na intervenção que proferiu na sessão de encerramento do debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2026, na Assembleia da República, Paulo Raimundo dirigiu-se ao líder do executivo PSD/CDS, Luís Montenegro.

"Saímos deste debate com a certeza que o seu orçamento e a sua política precisam de ser derrotados. Quanto mais avança a sua propaganda e sua política mais ficará por recuperar na vida de quem trabalha, de quem trabalhou a vida inteira e da juventude", declarou.

A seguir, o secretário-geral do PCP deixou uma advertência a Luís Montenegro, acusando-o de não querer ver a realidade.

"Mas não se iluda, a sua opção de transferir para uma ínfima minoria os recursos fundamentais para a melhoria das condições de vida da maioria, mais cedo ou mais tarde, vai rebentar-lhe nas mãos", sustentou.

Paulo Raimundo defendeu depois a tese de que as opções do Orçamento para o próximo ano são também do Chega e da Iniciativa Liberal -- partidos que, por estar garantida a aprovação da proposta do Governo, "até se dão ao luxo de votar contra".

"Simulam esta ou aquela discordância, mas apenas divergem do Governo na intensidade e no ritmo da injustiça. Opções viabilizadas pelo PS, que diz discordar, mas que com elas concorda e as viabiliza. E viabiliza mesmo sabendo que este Orçamento é uma peça não de estabilidade política, mas sim da estabilidade da política em curso", criticou.

Paulo Raimundo acusou o Governo de pretender avançar com um pacote laboral lesivo dos trabalhadores e favorável ao patronato, de desmantelar o Serviço Nacional de Saúde e de enfraquecer a escola pública", prosseguindo as "privatizações, assalto aos recursos públicos, a especulação imobiliária, a injustiça e o empobrecimento".

"É a tal agenda transformadora do crescimento para uns poucos, da justiça para alguns, do equilíbrio financeiro sempre garantido para os que se acham donos disto tudo. A agenda do excedente, que ignora que o mês excede em muito os salários e pensões cada vez mais curtos face ao brutal aumento do custo de vida. Ninguém pode dizer que vai ao engano, o que aí vem é mau", advertiu.

Neste contexto, o líder comunista prometeu que em 08 de Novembro, "na marcha nacional contra o pacote laboral, os trabalhadores, desde logo os mais jovens, [vão] afirmar a sua força, o seu protesto e a sua rejeição a esta encomenda do grande patronato".

"O país não pode abdicar de dois mil milhões de euros por ano de recursos públicos que a descida do imposto sobre os lucros até aos 17% vai entregar aos grupos económicos. O que os trabalhadores e o povo precisam é que os recursos existentes sejam para, aumentar salários, valorizar carreiras, respeitar os trabalhadores e fixar o salário mínimo nacional nos 1050 euros a partir de 01 de janeiro", contrapôs.

Paulo Raimundo defendeu como alternativas que "o IVA da eletricidade, do gás e das telecomunicações volte aos 6% e se considerem medidas para regular o custo brutal dos alimentos".

"O país não precisa que o Orçamento, mais uma vez, entregue 1800 milhões de euros em benefícios fiscais às grandes empresas. O país precisa de aumentar de forma significativa as reformas e pensões em 5%, num mínimo de 75 euros por mês. Porque é todos os meses que os reformados enfrentam as suas despesas estruturais na habitação, nos alimentos, nos medicamentos", acrescentou.