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Madeira

Museu de Arqueologia ganha avanço com Núcleo Museológico do Forte de São Filipe

Novo espaço cultural foi hoje inaugurado e abre ao público amanhã. O preço do bilhete está fixado nos 6 euros

Daniel Sousa (em primeiro plano), arqueólogo da Direcção Regional da Cultura, foi um dos responsáveis pelo trabalho técnico desenvolvido nas ruínas do antigo Forte de São Filipe.  
Daniel Sousa (em primeiro plano), arqueólogo da Direcção Regional da Cultura, foi um dos responsáveis pelo trabalho técnico desenvolvido nas ruínas do antigo Forte de São Filipe.  , Fotos Hélder Santos/ASPRESS

O Museu de Arqueologia da Madeira acaba de ganhar mais um avanço com a inauguração do Núcleo Museológico do Forte de São Filipe, no centro da cidade do Funchal, no antigo Largo do Pelourinho, que hoje teve lugar. 

O espaço, assumido como uma célula satélite do futuro Museu de Arqueologia, abre ao público amanhã, depois de mais de uma década de trabalhos e após um investimento de 3,5 milhões de euros, dinheiro, em parte, proveniente da Europa. 

No entender de Miguel Albuquerque, o novo núcleo museológico reconstitui "uma das memórias mais importantes para a história da Madeira", um testemunho das influências e dos múltiplos contactos que a Região tem conhecido, sustentando "a importância da Madeira" numa escala global, como ponto estratégico da Expansão portuguesa. 

Sem apontar datas para a conclusão do Museu de Arqueologia, o presidente do Governo Regional, aos jornalistas, notou que "o que demora mais tempo é a reconstituição das peças a partir dos fragmentos". Muito do espólio desse futuro museu será proveniente dos achados feitos no decorrer das escavações em torno do Forte de São Filipe. 

Isso mesmo foi, igualmente, apontado por Daniel Sousa, o arqueóogo da Direcção Regional da Cultura (DRC) que esteve encarregue dos trabalhos desenvolvidos no novo espaço museológico que hoje foi inaugurado. O achamento da estrutura já conhecida do Forte de São Filipe, na sequência da aluvião de 20 de Fevereiro de 2010, foi, conforme notou, o elemento que desencadeou as escavações científicas realizadas. 

Procurando preservar a memória histórica, foram recolhidos milhares de fragmentos de peças, muitas expostos no novo núcleo museológico e outras que um dia deverão ser expostas no Forte de São Tiago, onde deverá funcionar o Museu de Arqueologia da Madeira.

O circuito de visita criado no antigo Largo do Pelourinho dá a conhecer as ruínas da fortificação ali existente e da própria vivência da cidade nos séculos passados, onde se incluem selos da Alfândega (século XVI), moedas (de vários séculos, a partir do século XV), a cerâmica chinesa (século XVI) ou cerâmica portuguesa (século XVII), entre outros. 

Daniel Sousa, aos jornalistas, salientou a necessidade e importância da sensibilização para estas matérias junto das escolas, incluindo no pré-escolar, fomentando o gosto pela arquologia junto dos mais novos, uma ciência que diz fazer muita falta nas autarquias da Região. "As câmaras têm de trazer trazer para si o arqueólogos", profissionais que são essenciais para o bom planeamento dos seus espaços físicos, veiculando a necessidade de alargar as áreas de estudo a toda a Região, incluindo o Porto Santo, as Desertas e as Selvagens. 

"Este é um dos princípios de como se deve olhar para a cidade e respeitar o seu passado. Não sou contra a construção, de maneira alguma, mas fazer com que haja essa simbiose, juntando o antigo da cidade histórica e dos núcleos históricos, partindo para o novo", sustenta o arqueólogo.