Os carros eternos da Ribeira Brava
Na Ribeira Brava, há carros que já são quase património histórico.
Na Rua 6 de Maio e na Rua dos Dragoeiros, há viaturas que estão estacionadas há quatro, cinco e até seis meses. Alguns moradores já lhes deram nomes. Outros juram que viram musgo a crescer nos pneus. Há até quem diga que um dos carros pediu residência permanente.
E o que faz a PSP?
Remete-nos para a Câmara Municipal.
E o que faz a Câmara Municipal?
Diz que não tem tranques, nem reboque.
E o que fazemos nós, cidadãos?
Tiramos fotografias e contamos os meses — porque de resto, nada acontece.
Curiosamente, o artigo 163.º do Código da Estrada diz que as autoridades podem bloquear ou remover veículos abandonados. Mas talvez “autoridades” tenha um significado alternativo na Ribeira Brava — tipo “entidades que olham para o lado”.
Será falta de meios? Será excesso de amizades? Ou será apenas a tradicional filosofia do “deixa andar, que isto é só mais um carro”?
Talvez a PSP esteja à espera que os carros se integrem no ecossistema local — e um dia, quem sabe, surja o Carro Dragoeiro, uma nova espécie protegida pela Câmara.
Enquanto isso, o espaço público continua ocupado e os cidadãos continuam à espera que alguém faça o que é suposto. Mas a paciência, ao contrário dos carros, não é ilimitada.
Ou é a PSP banana?
Vítor Costa