Líder da maior obediência maçónica lembra fundador da "República de Abril"
O grão mestre do Grande Oriente Lusitano definiu hoje Francisco Pinto Balsemão, falecido na terça-feira, como um fundador da "República de Abril" e "amante incondicional da liberdade", considerando-o um dos homens que mais marcaram a história contemporânea nacional.
"Francisco Pinto Balsemão foi um dos fundadores da nossa República de Abril, um democrata e um amante incondicional da liberdade", declarou Fernando Cabecinha, em comunicado enviado à Lusa.
O líder da maior e mais antiga obediência maçónica portuguesa considerou que Pinto Balsemão "foi um dos homens que mais profundamente marcaram a História Contemporânea de Portugal", na segunda metade do século XX e na primeira década do século XXI.
Fernando Cabecinha destaca, na nota, o percurso de Pinto Balsemão enquanto "homem público, jornalista, político, profissional exímio da comunicação social e vulto maior da cultura portuguesa", que cedo se "notabilizou no combate contra a ditadura, em nome da liberdade e da cidadania" ainda antes do 25 de Abril.
O líder maçónico sublinha igualmente o "papel fundamental no processo democrático, na realização de eleições livres e na elaboração da Lei Fundamental Portuguesa", na fundação do PPD/PSD, a que chegou a presidir, e enquanto ministro e primeiro-ministro "em momentos de grande exigência".
"Como profissional, foi um notável empresário, constituiu e liderou o maior grupo português de comunicação social, onde sempre perdurou a absoluta liberdade de expressão, como todos que o conheceram testemunham. Lançou, entre outros, dois projetos que se transformaram em duas das marcas mais relevantes e impressivas da comunicação social portuguesa: o Expresso e a SIC", lê-se no comunicado.
No comunicado, Fernando Cabecinha presta homenagem e apresenta condolências à família de Pinto Balsemão em nome de todos os maçons que integram a obediência a que preside.
"Estamos certos de que o seu legado de Liberdade perdurará para sempre", declara.
Francisco Pinto Balsemão, antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, morreu na terça-feira aos 88 anos.
O Governo decretou dois dias de luto nacional, a coincidir com as cerimónias fúnebres, que começaram na quarta-feira e terminam hoje.