Uso da Inteligência Artificial exige cautela
Pedro Macedo Camacho recusa o uso criativo da IA, mas defende o uso "digno" da mesma para, por exemplo, programar
"Estamos num momento absolutamente fulcral em relação à Inteligência Artificial (IA)", reconheceu esta terça-feira, 21 de Outubro, o compositor madeirense Pedro Macedo Camacho, orador da 9.ª edição da conferência Inovação e Futuro.
Recusando o uso criativo da IA, o madeirense defende, no entanto, o uso "digno" da mesma para, por exemplo, programar, dando exemplos de programas que criou para reduzir tempo, facilitar tarefas e produzir mais. Um dos casos demonstrados foi o uso da IA para eliminar ficheiros de som vazios, algo que levaria horas a fazer manualmente que, através da IA, leva poucos segundos.
Com uma carreira internacional na indústria dos videojogos, o compositor partilha hoje, no Savoy Palace, algumas reflexões sobre o seu percurso, o impacto da inovação tecnológica na criação musical e o papel da Inteligência Artificial no futuro das indústrias criativas.
Reconhecido mundialmente pelas suas bandas sonoras para títulos como Star Citizen, Call of Duty, World of Warcraft e Wolfenstein II, Pedro Macedo Camacho aborda os desafios e as oportunidades que a tecnologia e, em particular, a Inteligência Artificial, representam para o mundo criativo, defendendo uma utilização ética, responsável e moralmente consciente dos novos recursos.
"A IA dá-nos tecnologia como alguém dá uma arma a outra pessoa", alertou, aconselhando cautela no uso desses recursos.
Sobre o uso da IA nos trabalhos criativos, o compositor apontou que a "IA cria uma média de tudo, uma média fantástica, mas apenas uma média", sem, disse, o toque único que só os humanos podem dar.
"É preciso ter cuidado com isso", acrescentou, recomendando fortemente o uso da IA na programação.