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GNR assinala quase 13 mil crianças abrangidas em acções contra o bullying

Hoje assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying

Foto DR/GNR
Foto DR/GNR

No Dia Mundial de Combate ao Bullying, "pela relevância que representa na vida das crianças e jovens", a Guarda Nacional Republicana (GNR), no âmbito da "prevenção e do combate à violência, ofensas, ameaças e qualquer tipo de intimidação em contexto escolar" salienta que já envolveu-se em centenas de acções de sensibilização que abrangeram quase 13 mil crianças no espaço de uma semana.

"Só no atual ano letivo 2025/2026, particularmente de 13 a 20 de Outubro de 2025, período em que as Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (SPC) se encontram a desenvolver ações de sensibilização, neste âmbito específico, junto da comunidade escolar, a Guarda já realizou 336 ações de sensibilização relacionadas com o bullying e ciberbullying, tendo sido abrangidas 12 945  crianças (dados provisórios)", refere em nota divulgada nesta segunda-feira.

Lembrando que "o bullying é um conjunto de atos que servem para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e reiterados, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia na(s) vítima(s)", a GNR frisa que "actualmente, e associado ao recurso às novas tecnologias, nomeadamente às redes sociais, o bullying tem assumido novos contornos, dando origem à vertente virtual do ciberbullying".

Assim, "por norma os sinais de alerta são silenciosos, aconselhando-se os pais, professores e todos os cuidadores a estarem atentos a sinais, tais como alterações de humor, abatimento físico e/ou psicológico, sinais de impaciência ou ansiedade, queixas físicas permanentes (dores de cabeça, de estômago, perturbações no sono, nódoas negras), irritabilidade extrema, ou qualquer outra mudança de comportamento".

Aliás, acrescenta, "tal como acontece com a saúde física, também a saúde mental exige cuidado e atenção", pelo que "promover o reconhecimento e a regulação das emoções, fomentar a capacidade de resiliência face a dificuldades e desenvolver a empatia, através da compreensão do outro e da criação de redes de apoio, são fatores determinantes para o bem-estar psicológico dos jovens. Neste processo, o papel da família, dos pares e das escolas é determinante. A presença constante de familiares e amigos, o acompanhamento atento por parte da comunidade escolar, nomeadamente professores e psicólogos, bem como a intervenção especializada dos profissionais de saúde, constituem uma rede de apoio essencial", assegura.

A GNR acredita que "a normalização da procura de apoio psicológico e médico deve ser encarada como um gesto de coragem e autocuidado. Importa, por isso, promover uma cultura de escuta ativa, onde os jovens se sintam seguros para partilhar as suas experiências, e onde os seus sentimentos sejam validados, mesmo na ausência de soluções imediatas", sendo que a Guarda "pretende alertar e sensibilizar a população em geral e, em particular, as crianças e jovens, os quais serão as mulheres e homens de amanhã, para a relevância da temática com o objetivo de apelar a uma estratégia de consciencialização, que visa contribuir para a mudança de comportamentos da sociedade e para a progressiva intolerância social face à violência nas escolas".

Pese embora o bullying "não se encontre tipificado na legislação penal como crime", reconhece, "o mesmo está associado a vários crimes, tais como crimes de ofensas à integridade física, injúrias, ameaça e coação, correspondendo os dois primeiros aos comportamentos mais frequentes".

Por isso, "desenvolve um esforço significativo naquilo que são as iniciativas relacionadas sobre a temática em concreto, nomeadamente em ações de sensibilização e campanhas, com temas associados à violência, à cidadania, inclusão e não-discriminação, aos Direitos Humanos, e direitos da Criança ou regras quanto à utilização da internet. No âmbito das suas competências em matéria de prevenção, a Guarda tem desenvolvido uma série de ações de sensibilização relacionadas com o bullying, num total de 1 537 no ano letivo de 2024/2025, tendo sido direcionadas para 55 108 crianças e jovens, maioritariamente em contexto escolar, tendo sido abrangidos vários dos 4 604 estabelecimentos de ensino público e privado à responsabilidade da GNR (dados provisórios)".

Mais, importa realçar que ainda no ano lectivo de 2024/2025, "a Guarda registou 119 ocorrências, nomeadamente 106 de bullying e 13 de cyberbullying". E acrescenta: "Além destas ações, importa acrescentar que a GNR possui militares com formação especializada, que desempenham um papel essencial no acompanhamento personalizado às vítimas, encarregando-se de encaminhar as mesmas para outras instituições com competência neste âmbito."

E conclui apelando a quem precisar de ajuda ou tiver conhecimento de alguma situação de bullying para que não hesite em contactar:

  • Via telefónica, o SNS Prevenção Suicídio, através do número 808 24 24 24;
  • Via telefónica, através do número europeu de emergência: 112

"Estes serviços são anónimos, confidenciais e estão disponíveis para ouvir quem mais necessita porque, conversar pode mudar vidas", termina.