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Milhares de manifestantes por Gaza nas ruas de várias cidades da Europa

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Foto EPA

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em vários países europeus, incluindo em Portugal, para denunciar a interceção, pelas forças navais israelitas, de uma flotilha de ajuda humanitária pró-palestiniana com destino a Gaza.

Mais de 400 ativistas a bordo de 41 navios foram detidos durante uma operação que durou aproximadamente 12 horas, adiantou autoridade israelita hoje à noite, enquanto Israel se prepara para expulsar os ativistas a bordo, onde se incluem quatro portugueses.

Em Itália, onde os sindicatos convocaram uma greve geral para sexta-feira, milhares de pessoas saíram à rua.

Em Roma, à semelhança de uma manifestação ocorrida na quarta-feira, os manifestantes se reuniram-se ao anoitecer perto do Coliseu, o monumento icónico da capital italiana.

Os manifestantes criticaram também a sua oposição ao apoio da primeira-ministra Giorgia Meloni a Israel.

Em Barcelona, a segunda maior cidade do nordeste de Espanha, um grande número de manifestantes, muitos deles agitando bandeiras palestinianas, convergiu para a praça central Les Drassanes, entoando slogans como "Gaza, não estás sozinho", "Boicote a Israel" e "Liberdade para a Palestina".

Na Bélgica, cerca de 3.000 pessoas concentraram-se em frente ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Armadas com bombas de fumo, muitas agitavam bandeiras palestinianas e 'keffiyehs' [lenço palestiniano] enquanto gritavam "Palestina Livre".

Na Irlanda, centenas de manifestantes concentraram-se em frente ao Parlamento, em Dublin.

Entre eles estava Miriam McNally, cuja filha está num barco da flotilha: "Estou aqui para mostrar o meu apoio, antes de mais, à Palestina, a Gaza, que está a sofrer um genocídio às mãos do Governo israelita".

"Também apoio os membros da flotilha que foram raptados ilegalmente por Israel ontem à noite em águas internacionais. Apoio a minha filha", que faz parte da flotilha, acrescentou.

Em Haia, nos Países Baixos, centenas de manifestantes concentraram-se em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, antes de serem dispersos pela polícia de choque.

De seguida, marcharam até à estação central, onde alguns deles entraram nos carris, interrompendo o tráfego de comboios. De acordo com a empresa ferroviária, a circulação estava prevista ser retomada pelas 21:45 (20:45 em Lisboa).

Em França, mil pessoas concentraram-se na Place de la République, em Paris, enquanto em Marselha (sudeste), cerca de uma centena de manifestantes pró-palestinianos foram detidos durante a tarde quando tentavam bloquear o acesso à fábrica da empresa de armamento Eurolinks, acusada de vender componentes militares a Israel.

Na Suíça, milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Genebra, acendendo uma fogueira no centro da cidade e bloqueando a ponte principal durante uma ruidosa manifestação, pontuada por gritos, aplausos e cânticos, antes de um breve confronto com as autoridades, observou um jornalista da AFP.

Noutro local, na Malásia, dezenas de pessoas manifestaram-se em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Kuala Lumpur.

As forças israelitas intercetaram entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, detendo os participantes, incluindo quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.

Também foram detidos 30 espanhóis, 22 italianos, 21 turcos, 12 malaios, 11 tunisinos, 11 brasileiros e 10 franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia, entre muitos outros - os organizadores denunciaram a falta de informação sobre o paradeiro de 443 participantes da missão humanitária.