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Madeira

Bispo evoca sofrimento das guerras "de Gaza à Ucrânia" na Sexta-feira Santa

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Foto Aspress

“Naquele grito final, Jesus fez seus o sofrimento de todo o ser humano de todos os tempos. Sim, ali, naquele grito de Jesus, encontram-se as guerras, as explorações, as injustiças, os sofrimentos, o mal infligido à humanidade de todos os tempos. Ali se encontra o grito da humanidade de hoje: o grito das guerras, de Gaza à Ucrânia e a tantas outras partes deste nosso mundo”. Palavras do Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, na homilia desta tarde de Sexta-feira Santa, na Igreja da Sé.

Uma mensagem forte, numa altura em que os relatos das guerras em Gaza e na Ucrânia dominam a actualidade noticiosa.

D. Nuno Brás – numa referência aos milhões de deslocados provocados por estes conflitos, mas também à crise humanitária dos migrantes – evocou igualmente "o sofrimento daqueles que deixam a sua terra à procura duma vida mais humana”.

Ali se encontra o grito dos injustiçados do nosso tempo (…). Como é enorme, intenso, dramático, pesado, aquele grito de Jesus

“Jesus viveu a rezar e morreu a rezar. No final, uma vez mais, Deus: Deus que partilha, que faz seus os nossos sofrimentos e a nossa morte”, sublinhou o bispo, para rapidamente concluir com uma mensagem de esperança:

No final, Deus que acende, por entre o mais dramático do humano, uma luz de sentido: não nos salvamos a nós mesmos, mas somos salvos por Deus em Jesus; não nos salvamos a nós mesmos mas, unidos a Jesus que fez seu o nosso sofrimento e a nossa morte, podemos fazer nossa a sua vida eterna

Nesta Sexta-feira Santa, recordando a Paixão de Cristo, D. Nuno Brás, instou ainda os fiéis à oração.

Jesus não morreu nem como líder de uma revolução política, nem como resignado, nem como ateu blasfemo. Jesus morreu a rezar. Morreu como Filho. No último e definitivo momento da sua existência, quis, uma vez mais, rezar, falar com o Pai. Dirigiu-lhe um grito de abandono (“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”), mas falou com o Pai, entregando-Lhe o seu Espírito: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. Longe de ser o herói, condutor de revoltados contra o sistema; longe de ser um resignado com os males da vida e da sociedade; longe de ser o homem ateu que abandona a fé no momento final porque desesperado com Deus que não o liberta como esperava… longe de tudo isso, Jesus quis morrer a rezar. E, por isso, é o Salvador. A salvação de todos. E, por isso, nos mostra como viver e como morrer