Foi a 22 de Março de 1921 que três pilotos conseguiram completar a ligação aérea entre Lisboa e a Madeira. Passaram 103 anos deste feito, que hoje é uma das principais formas de entrada na Região.

“A viagem de ontem não foi uma viagem de arrojo, mas sim  de coragem consciente, obedecendo a todas as exigências técnicas, em que nada faltou para que se convertesse numa realidade brilhante a chegada do avião à Madeira”. Era desta forma que o DIÁRIO descrevia a travessia aérea, na sua edição de 23 de Março de 1921.

O hidroavião partir de Lisboa pelas 10h30 e chegou à Região cerca de 7 horas e meia depois. A descrição do nosso matutino dava conta de que milhares de pessoas acorreram às janelas das suas casas e ao cimo de edifícios para conseguirem ver a chegada do avião, vindo de Portugal continental. Esta travessia já tinha sido tentada uma vez, sem sucesso, pelo que a concretização desta viagem acalentava esperanças de que a mesma se pudesse repetir e trazer nova dinâmica para a Região.

Artur Sacadura, o comandante do hidroavião foi o primeiro a sair, sendo recebido com grande entusiasmo por parte das dezenas de pessoas que optaram por se dirigir de lancha até ao aparelho. A ele juntavam-se Gago Coutinho, Ortins Bettencourt e Roger Soubiran.

Os aviadores foram recebidos no Palácio de São Lourenço, onde já os aguardava uma grande multidão. Foram ‘presenteados’ com taças de champanhe.

O avião permaneceu na Madeira até à chegada do ‘Guadiana’, um navio da Marinha que veio trazer combustível e óleo para que regressasse a Lisboa.