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Madeira

‘Luta’ entre agricultores e pombo trocaz levou GR a tomar medidas há 20 anos

Recorde connosco, neste ‘Canal Memória’, a edição de 23 de Fevereiro de 2004

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O Governo Regional viu-se obrigado a mediar a ‘relação’ entre os agricultores e o pombo-trocaz, em 2004. As culturas estavam a ser devastadas pelo animal, mas o executivo quis premiar aqueles que se protegessem sem matar estas aves.

“Cada produtor que aceitar colocar uma rede protectora nos terrenos receberá, em princípio, uma verba directamente proporcional aos metros quadrados de terra que estiverem devidamente protegidos”. Esta era a ideia do Governo Regional. Assim, os agricultores protegiam as suas culturas e ainda eram compensados por isso.

No entanto, este plano de acção estava ainda dependente de fundos comunitários, aos quais o Governo da Madeira já se tinha candidatado, evocando a protecção animal. Quase toda a ilha estava a ser afectada pelos pombos-trocaz, levando a que fosse autorizado o seu abate, quando comprovado que estas aves estavam a destruir as culturas.

Esse trabalho deveria ser feito por técnicos do Parque Natural da Madeira, de forma controlada, para não extinguir uma espécie endémica da Região. No entanto, os agricultores não tinham a mesma leitura e até ponderavam recorrer a métodos como o envenenamento, em nome da protecção das suas culturas. “É preciso salvaguardar as culturas. É urgente preservar a ave”, defendia o Parque Natural da Madeira.

Entre os métodos utilizados para afugentar os pássaros estavam espantalhos insufláveis com sirenes, o que não se revelou eficaz, assustando mais os vizinhos do que propriamente os animais. A estes juntavam-se ainda os espantalhos semelhantes a balões amarelos com olhos holográficos e espantalhos ‘a gás’, que disparavam uma espécie de tiro para afugentar os pombos.

A colocação de redes foi outro dos métodos a que se recorreu, tido como sendo o mais eficaz. No entanto, no caso de plantações que tivessem árvores pelo meio, não era possível implementar esta rede.

A verdade é que a relação entre pombo-trocaz e os agricultores estava longe de ser pacífica e o Governo Regional estava mesmo a ser chamado a intervir.