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Madeira

“O investimento na área da Protecção Civil é uma realidade”

Pedro Ramos garantiu, hoje, que a aposta na formação e na dotação de meios adequados para os bombeiros é para continuar

A formação foi uma das premissas destacadas nas comemorações de mais um aniversário do Serviço Regional de Protecção Civil. 
A formação foi uma das premissas destacadas nas comemorações de mais um aniversário do Serviço Regional de Protecção Civil. , Foto SRPC

O estatuto social dos bombeiros voluntários, uma das promessas do secretário da Saúde, voltou a ser falado, pese embora o “atraso” na sua “plenitude de execução”, originado “por razões diversas”. Ficou o compromisso de “rapidamente recuperar toda esta situação”.

Foi no âmbito das comemorações do 42.º aniversário do Serviço Regional de Protecção Civil, que hoje tiveram início, que Pedro Ramos voltou a apontar o investimento que tem sido feito na segurança e no socorro, ultrapassando já os 25 milhões de euros, como argumento para reafirmar que “a Madeira está sempre em primeiro”. De caminho referiu que a aposta na formação e nos equipamentos é para continuar.  

Não esquecendo a crise política que a Região enfrenta, consequência dos alegados casos de corrupção que estão a ser investigados, e que levou à demissão do presidente do Governo Regional e consequente ‘queda’ do actual executivo de que faz parte, o secretário regional de Saúde e Protecção Civil evidenciou, no seu discurso perante uma plateia composta por vários agentes afectos a estas áreas, o quanto “a Madeira é diferente”.

Mesmos nos momentos de maior constrangimento económico-financeiro, o governante constatou que o investimento no socorro e na segurança das populações e bens “tem sido sempre realizado”, proporcionando equipamentos adequados, de entre os quais destacou o helicóptero ou os drones, e formação, o garante da diferenciação dos recursos humanos.

Essa diferença “que caracteriza a RAM”, entende, “não deve incomodar”, antes “deve ser respeitada e deve ser reconhecida”, repiscando, nesse âmbito, o pioneirismo no combate à covid-19. “Não estamos arrependidos, até porque tivemos sucesso”, sustentou.

“O desenvolvimento da Madeira não parará, não ficará estagnado”, disse Pedro Ramos, focando-se nas novas tecnologias como elemento capaz de colocar a Região em pé de igualdade com outros locais no globo, apesar da sua insularidade.

No seu entender, “há três palavras que, neste momento, caracterizam a Madeira. Uma delas é o investimento, o investimento em todas as áreas. A outra é imigração, que tem feito com que consigamos resolver algumas das questões em algumas áreas. A outra palavra é incómoda; nós incomodamos porque somos diferentes. Nós somos Atlântico e somos autónomos e por sermos autóomos somos diferentes”, salientou, notando que, actualmente, a Madeira é, “provavelmente”, a região “mais avançada do País e por isso incomodamos”.

O sistema de saúde está confiável, a protecção civil está confiável, participamos não só em eventos regionais, nacionais e até internacionais. Temos iniciado vários caminhos com sustentabilidade, com segurança, com qualidade e acima de tudo com formação e diferenciação que é aquilo que define o ADN de uma região como a nossa que pretende ser o polo central do Atlântico, a nível económico, financeiro, científico e social. Pedro Ramos, secretário regional de Saúde e Protecção Civil

E esse desenvolvimento “tem um rosto, tem uma imagem, tem uma liderança”. Embora alguns tivessem a pretensão de “interromper essa liderança”, “não tiveram sucesso”, porque “somos diferentes”, “somos autónomos”, conforme defendeu Pedro Ramos.

Referindo-se ao futuro, e no que toca às áreas por si ainda tuteladas, mesmo fazendo parte de um governo em gestão, o governante afiançou que a aposta na inovação e na dotação adequada dos meios humanos e materiais é para manter, reforçando a importância de uma maior “antecipação das situações”, nomeadamente no que respeita aos incêndios.

Terminou deixando um repto: “quem quiser fazer parte da diferença, junte-se a nós, porque nós somos autónomos”, disse Pedro Ramos.

Números sustentam capacidade de resposta

Coube ao presidente do Conselho Directivo do Serviço Regional de Protecção Civil fazer o balanço da actividade levada a cabo por aquele serviço público.

Na sua intervenção na cerimónia do arranque das comemorações dos 42 anos da instituição que lidera, António José Nunes destacou, entre outras coisas, as 38.085 ocorrências que foram tratadas no Centro Integrado de Comunicações em 2023, traduzindo-se numa média diária de 104 situações reportadas. Dessas, a grande maioria diz respeito a chamadas de emergência pré-hospitalar, na ordem das 35.264 chamadas.

Em 2.050 situações a EMIR foi chamada a intervir na Madeira e outras 896 no Porto Santo.

Os números do helicóptero também não foram esquecidos, com António José Nunes a destacar as 26 vidas que foram salvas graças à implementação da valência de recuperador/salvador com o meio aéreo, que realizou 25 das 186 horas de voo, resultantes das 161 missões levadas a cabo.

Colocando de parte dos “caprichos individuais ou corporativistas”, o responsável do SRPC enumerou, ainda, alguns dos investimentos feitos, nomeadamente na formação dos recursos humanos. No ano passado, foram 148 as acções de formação realizadas, com um total de 3.553 horas de formação, chegando a 1.750 elementos, sobretudo dos corpos de bombeiros.

A cerimónia serviu, também, para a apresentação do exercício PROCIVEX 2024, a ter lugar a 23 de Maio. Conforme descrito pelo responsável pela Protecção Civil regional, este exercício visa testar os meios para a ocorrência de um tsunami, decorrente da  hipotética queda de uma arriba nas Desertas e os impactos que isso teria na orla costeira dos concelhos do Funchal, de Santa Cruz, de Machico e do Porto Santo, este último onde várias estruturas fundamentais poderiam causa graves concionalismos.