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Washington denuncia "manobra agressiva" de caça chinês no Mar do Sul da China

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Um piloto de caça chinês realizou "uma manobra agressiva injustificada" perto de uma aeronave de reconhecimento militar dos Estados Unidos que operava no Mar do Sul da China, revelaram hoje as Forças Armadas norte-americanas.

Este incidente ocorre num momento de altas tensões entre Pequim e Washington, devido a questões como Taiwan ou o voo de um balão chinês sobre o território dos EUA no final de 2022.

A aeronave chinesa voou "diretamente para a frente e a 120 metros do nariz do RC-135 na sexta-feira, forçando a aeronave dos EUA a cortar a turbulência do seu rastro", adiantou, em comunicado, o comando do Indo-Pacífico (IndoPacom) do Exército dos EUA.

O RC-135, uma aeronave militar de reconhecimento, estava a realizar "operações de rotina de segurança no Mar da China Meridional e no espaço aéreo internacional de acordo com a lei internacional", acrescentou o IndoPacom.

De acordo com as imagens de vídeo divulgadas, um caça surge a passar à frente de um avião norte-americano, que se vê abalado pela turbulência resultante desta passagem.

Um alto oficial militar dos EUA, que falou à agência France-Presse (AFP) sob condição de anonimato, destacou que têm ocorrido "um aumento alarmante no número de intercetações e confrontos arriscados" por aeronaves e navios chineses.

Tais atos "podem criar um incidente ou um erro de cálculo perigoso", acrescentou.

"Não consideramos que [estas interceções] sejam realizadas por pilotos a operar de forma independente. Acreditamos que isto faz parte de um padrão de repetição em maior escala", frisou ainda o alto responsável.

Um incidente semelhante em dezembro envolveu um caça chinês e um norte-americano RC-135, obrigando o avião dos EUA a "realizar manobras evasivas para evitar uma colisão", revelou a IndoPacom na altura.

A notícia deste último incidente foi divulgada um dia depois do Pentágono ter adiantado que Pequim recusou um convite dos Estados Unidos para realizar uma reunião esta semana em Singapura, entre o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, e o seu homólogo chinês Li Shanfu.

No entanto, ainda de acordo com o alto funcionário dos EUA, as duas situações não têm relação.

Lloyd Austin e outras autoridades dos EUA estão a trabalhar para reforçar as alianças dos EUA na Ásia para combater as ações cada vez mais assertivas de Pequim na região, embora ambos os lados também tenham, às vezes, procurado um apaziguamento.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, em Viena, em maio.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, indicou também recentemente que as relações entre Washington e Pequim devem "muito em breve" diminuir a tensão.