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Golfo da Guiné é zona do globo mais perigosa em termos de pirataria

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O capitão-de-mar-e-guerra português Nicholson Lavrador afirmou ontem que o Golfo da Guiné é a zona mais perigosa em termos de pirataria e que a Marinha tem contribuído para garantir a segurança daquela região marítima, entre o Senegal e Angola.

"O Golfo da Guiné representa uma área de cerca de seis mil quilómetros de costa que vão desde o Senegal até Angola e é hoje a zona mais perigosa em termos de pirataria a nível do globo", afirmou o capitão-de-mar-e-guerra Nicholson Lavrador, responsável pelo comando tático no mar da iniciativa "Mar Aberto", que teve início a 15 de abril.

O comandante falava aos jornalistas no navio português "Setúbal", que hoje chegou a Bissau, juntamente com o navio "Centauro", no âmbito da missão que vai decorrer durante cerca de quatro meses e que inclui visitas a 14 países e cerca de 20 portos e a participação nas comemorações do Dia de Portugal, que vão decorrer na Cidade do Cabo, na África do Sul.

"Nós, ao longo desta missão em que vamos a uma série de países, fazemos uma monitorização permanente da área de operação em que estamos a navegar", explicou Nicholson Lavrador.

"Em Dacar estivemos juntos com um navio de Espanha, reunimo-nos com o comandante do navio, para acertar procedimentos e coordenação nesta área e temos sido uma boa ajuda e temos conseguido contribuir para a segurança marítima no Golfo na Guiné, não só na pirataria, mas outros ilícitos", precisou.

Além da pirataria, a missão "Mar Aberto" deverá também monitorizar atividades de pesca ilegal não declarada e não regulamentada, tráfico humano e tráfico de produtos não autorizados, incluindo narcóticos.

"Tem havido um alerta dos países europeus para contribuírem e darem o seu contributo para a segurança marítima no Golfo da Guiné", salientou.

Em comunicado divulgado à imprensa, a Marinha Portuguesa refere que a iniciativa "Mar Aberto 2023" "visa contribuir para a segurança marítima no Golfo da Guiné e na costa ocidental africana, assim como para a satisfação de compromissos internacionais assumidos por Portugal com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e inclui ainda a participação nacional no projeto da União Europeia das Presenças Marítimas Coordenadas para a região do Golfo da Guiné".

"No âmbito da Cooperação no Domínio da Defesa serão desenvolvidas atividades de cariz naval, de presença naval, de apoio à diplomacia e de cooperação com as Marinhas de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, e guardas costeiras de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe", acrescenta o comunicado.

O embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, José Velez Caroço, destacou a presença regular da iniciativa "Mar Aberto" em território guineense.

"Isto mostra bem o nível a que está neste momento a cooperação militar entre Portugal e a Guiné-Bissau", disse o embaixador, salientando que muitas vezes aquelas missões servem de veículo para transporte de equipamento e material da cooperação militar e civil e igualmente para dar formação à Marinha guineense.

Segundo o embaixador, neste âmbito está prevista uma cedência de uma lancha à Marinha que ficará afeta à cooperação militar portuguesa no âmbito de formação prevista.

José Velez Caroço sublinhou também que hoje, dia 25 de abril, ter dois navios da Marinha portuguesa "é muito simbólico".

A iniciativa "Mar Aberto" regressa à Guiné-Bissau em julho.