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SATA obteve receitas recorde em 2022 apesar de rotas deficitárias, como é a de Ponta Delgada - Funchal

Foto DR/Sata
Foto DR/Sata

A companhia aérea SATA Internacional-Azores Airlines "continua a fazer o seu caminho de recuperação a todos os níveis e obteve, em 2022, o seu melhor ano de receitas de sempre, no montante de 211,1 milhões de euros", informa a companhia em nota de imprensa desta sexta-feira. "Este valor, que ultrapassa pela primeira vez a referência de 200 milhões de euros e representa um crescimento de 34,2% em comparação com o ano pré-pandemia de 2019 e de 107,5% em relação a 2021 (apuramento que já excluiu o apoio recebido em 2021, referente à Covid-19)", garante.

E explica que "na base desta evolução está o número recorde de passageiros transportados pela companhia aérea em 2022, que ultrapassou pela primeira vez, a marca de 1 milhão de passageiros, atingindo 1 milhão e oitenta e três mil passageiros, (1,083M) o que representa um crescimento de 14,5% em relação a 2019 e de 67% em relação a 2021. A métrica NPS – Net Promoter Score manteve-se extremamente elevada, acima dos 50ppts (pontos percentuais), refletindo o bom trabalho operacional e o foco no cliente, apesar do aumento de passageiros e expectável pressão sobre a satisfação dos mesmos".

Por outro lado, da análise, "resulta igualmente um saudável crescimento da receita média por passageiro, mais 4% em comparação com 2019 e de mais 24% em comparação com 2021", pelo que também "a oferta continuou a crescer, tendo registado um aumento de 26% nas horas de voo, face a 2021, o que permitiu atrair novos mercados turísticos para a Região Autónoma dos Açores (RAA)".

Igualmente o 'load factor' (taxa de ocupação) "evoluiu para 75% ao ano, o que significou um aumento de 9 ppts (pontos percentuais) face a 2021, embora ainda 4ppts (pontos percentuais) abaixo do valor de 2019", salienta.

O crescimento de Receita, muito superior ao crescimento de Custos Totais, permitiu atingir um Resultado Operacional antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações e Custos de restruturação de 5,403 milhões de Euros, um resultado positivo pela primeira vez, nos últimos 10 anos. Este valor representa, igualmente, uma melhoria de 27,7 milhões de Euros comparado com o ano pré- pandemia de 2019 e 12,6 Milhões de Euros comparado com o ano de 2021.

Apesar das rotas deficitárias

Diz a SATA que "a melhoria de EBITDA foi, ainda assim, condicionada por diversos fatores, por entre os quais se destacaram o crescimento significativo do custo de combustíveis (+37,6 milhões de Euros face a 2019 e +51,9 milhões de euros face a 2021); os custos associados ao combate à pandemia, que se mantiveram no 1º trimestre do ano; as graves disrupções nas cadeias de abastecimento verificadas ao longo do ano; os constrangimentos verificados em diversos aeroportos para onde a Azores Airlines habitualmente opera; a desvalorização do euro face ao dólar americano", lista.

"A Azores Airlines continua a suportar o défice de exploração as rotas de Obrigações de Serviço Público (OSP) entre o Continente e as ilhas Pico, Faial e Santa Maria, bem como, entre Ponta Delgada e o Funchal". SATA

"O Resultado Líquido de 34,2 milhões de Euros negativos, melhorou em 21,6 milhões de Euros, em comparação com 2019 e em cerca de 16,1 milhões de Euros, em relação a 2021. Recorde-se, que o Resultado Líquido se encontra condicionado por custos de reestruturação e por custos da dívida decorrente do financiamento bancário adicional, incorridos para enfrentar a pandemia e para atender ao processo de reestruturação e, ainda, por rubricas meramente contabilísticas", continua.

E termina: "Apesar do contexto adverso, a performance da companhia aérea Azores Airlines, continuou a cumprir com os objetivos definidos no Plano de Restruturação acordado com a Comissão Europeia. As perspetivas para 2023 são positivas no que toca ao crescimento da receita, tendo em conta que na primeira metade de 2023 o crescimento de Receita, refletido nas reservas de bilhetes (forward bookings), está 40% acima do que o registado no mesmo período de 2022. Em termos de Custos, o preço do combustível tem estado, no momento, ligeiramente abaixo do verificado no ano anterior. O término do período de emergência, que ocorreu em dezembro de 2022 e o consequente fim dos cortes salariais em ambas as companhias aéreas, terão um impacto material nas contas do corrente ano."